Mais um capítulo da orientação
aconteceu no fim de semana de 15 de julho, lá no Distrito de Ipuaçu, perto de Feira de Santana. Nem
sonhava pra que lado ficava o Distrito de Ipuaçu e sequer teria acesso à
internet naquela tarde de sábado. Só no apagar das luzes, consegui entender
como chegar ao local da prova. Ainda bem! E Mauro foi comigo... Ótimo!
A Equipe Caatinga Trekkers que
organizou aquela terceira etapa cheia de novidades. Teve o Sicard, um método
eletrônico de apuração da prova, que dá seu resultado na hora com todas as parciais de cada passagem nos prismas. Para isso, a pessoa corre com um chip preso no dedo e passa esse chip
em todos os dispositivos de checagem colocados nos prismas da pista de
orientação. Quem corre as provas do brasileiro já está habituado com a
inovação. Eu, ainda não!
Meus resultados, como disse em
outras postagens, não foram dos melhores nas últimas provas. Um quarto lugar na
primeira etapa, um terceiro na segunda etapa e a gripe me pegou novamente. Brincadeira! Mais uma vez, antes da prova. Que coisa mais
desagradável! Parece até que fico nervosa pra correr orientação. Eu, doida pra
correr, cheia de energia, ficando doente antes de prova. Mas, dessa vez, a
coisa melhorou dois dias antes do grande dia.
Ótimo! Coloquei meu chip no
dedinho indicador, fiz um teste para ver se funcionava e fiquei esperando a
minha hora de partir. Como sempre, estava largando entre as primeiras.
Paciência!
O prisma zero me atrapalhou toda!
Como o padrão da corrida era de brasileiro, o zero estava super longe do local
da largada. Bem longe! Tão longe que tive dificuldade para entender o que
estava acontecendo por falta de costume. Achei que a direção de largada poderia
estar errada. Mas, como só eu estaria certa? Então segui o fluxo que não sou tão besta assim..
Reparei que eram apenas 11
prismas, só que bem distantes uns dos outros. Com um relevo bem apetitoso, cheio
de ladeiras. A brincadeira prometia!
O primeiro prisma estava bem
tranquilo de encontrar. Localizado na pista, só para facilitar as coisas! Então
começamos a festa, pulando cerca, pegando uma trilha e achando o prisma 2. O 3
foi o mais difícil pra mim! A vegetação era mais densa no mapa. Fiquei um pouco
indecisa na abordagem. Acabei entrando por uma cerca, correndo pela trilha. Mas,
demorei! Demorei por achar que talvez pudesse descer pela pista aberta e passar
a cerca no ponto exato da trilha. Fiquei com a minha cara de pastel,
indo, pensando, voltando, titubeando e perdendo tempo. Sendo que só precisava
correr por ali mesmo, trilha adentro, e encontraria a clareira, onde estava o
famigerado prisma! Preciso confiar mais em mim. A navegação
poderia ter sido perfeita. Demorei 13 minutos nesse vai e vem desnecessário.
Fazer o quê? Quem manda ser bocó? O raciocínio era exatamente o que tinha feito quando entrei na trilha.
Dali em diante, só precisei
correr! A navegação estava boa, os prismas bem posicionados! Só que distantes
uns dos outros. Afe Maria! Pra chegar até o prisma 4 foi uma vida! Ele estava
lá no outro canto do mapa, na “casa do chapéu”! Lá no alto! Numa área de pasto, depois de passar pelo gado que me olhava meio de lado, pra lá de um tanque seco. Numa vista bem linda de lá de cima! Será que alguém mais percebeu que a vista era bem bonita lá de cima?!
Pois é! Se a pessoa sobe, tem que descer. A ribanceira que me levava até o
5 era coisa de cinema! Dava vontade de arrumar um tonel e descer rolando.
Como não tenho problema nos joelhos, quase desci embolando mesmo. Foi na
descida que encontrei a minha amiga Deja. Ela saiu primeiro do que eu e estava
indo pro prisma 7.
Depois de uma cerca ali, outra
acolá, alcancei os prismas 5 e 6. Deu pra me arranhar um pouco e rasgar a roupa
mais um pouquinho. Daqui a pouco a minha camisa de Penélope não vai prestar pra
mais nada, exceto pra pano de chão.
Subi pro prisma 7 virada na “zorra”
e já encontrei Deja no caminho. Fomos juntas até lá e encontrei meu amigo e
irmão Mauroba do Agreste, a quem devo quase todo conhecimento de navegação. A
organização avisou que o 7 estava deslocado.. Esquecemos e procuramos por uns
segundinhos a mais do que o esperado. Paciência...
No caminho para o prisma 8,
encontramos Tatye, outra menina que corre em nossa categoria. Esta saiu depois,
por isso, ao nos alcançar, estava em vantagem. Descemos todas “desbandeiradas”
para o prisma 9. Como eu disse, tinha ladeira pra não acabar mais. Como aquela
era uma descida de pasto, a carreira foi boa!
Subi correndo sem olhar pra trás
e acabei me afastando um pouco das outras meninas. (Sobe e desce retado!) A vegetação ficava um pouco
mais fechada, com uma trilha bem gostosa e sombreada de árvores naquele trecho. O mapa bem preciso, dava pouca margem de erro...
No calor na carreira, tinha uma raiz
de árvore no meio do caminho, bem em frente ao meu pé. A queda foi tão doida
que passei umas 3 semanas com dor na parte da frente da coxa. Tive um
estiramento muscular, RS! Senti a dor, mas na hora, só olhei pra trás pra ver
se tinha plateia pra dar risada depois e continuei correndo.
Só sei que achei o prisma 10 bem
rapidinho e continuei correndo sem perder a vontade de chegar logo e tirar um
pouco da diferença de tempo das meninas. Então fisguei o prisma 11 e fui para a
chegada conferir meu tempo. Uau! Saiu na hora! Massa esse Sicard! Tempo de prova: 1:06h. Achei bem
legal e fiquei esperando que as meninas chegassem no meu rastro. Mas, elas até
que demoraram um pouco e chegaram contando as suas peripécias no mato depois
que nos separamos.
Voltei pra casa toda suja e com
um troféu de segundo lugar! Toda feliz da vida! Feliz da vida porque minha
terapia de ir para a trilha no domingo funciona muito bem! Adoro correr no mato! Pelos matos afora, como sempre digo! Recarrego todas,
absolutamente todas as energias! Encontro amigos, esqueço o mundo lá fora, corro, entro em contato com a
natureza e ainda ganho troféu por isso. Bom demais!
Então, mais um VIVA para a
Corrida de Orientação! Adoro!
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