Nunca quis me meter nessas coisas de Federação por diversos
motivos, entre eles que a gente precisa de dedicação... e lá estava eu, mais do
que envolvida, fazendo parte dela. O Diretor Administrativo,
Cleverson, estava sobrecarregado com seus projetos pessoais e fui convidada a substituí-lo. Ou seja, entrei pela janela. Mas só aceitei depois de saber o que um Diretor
Administrativo faz. Nossa, é muita coisa! E sei que estou muito aquém do ideal nas
minhas tarefas. Queria fazer muito mais.
Dentro dos projetos a serem realizados em 2017, incluímos
uma prova da Federação para começar o ano. Curta, objetiva, gastando pouco e
ganhando o necessário para pagar os impostos de início de ano. Sim, a
Federação paga impostos. A documentação dá um trabalho danado pra ser
organizada e nem precisa dizer que recurso de convênios são mais fáceis de conseguir se estiver tudo em dia.
O detalhe é que todo mundo tem seus “quifazê”. O tempo é
curto e urge. Sorte que nós temos uma líder retada! Diana, mesmo de Mucugê, distribuiu
as funções e organizou nossa vida.
Estrelando:
. Fernando Severino no mapeamento;
. Aléssia na divulgação;
. Hugo, o rapaz do financeiro, das inscrições, da
conferência de percurso, da impressão dos mapas;
. Diana com troféus, as frutas e mais coisas;
. Luciana com planilhas de PCs, brindes e arrumar um
lugar pra largada e chegada.
Foi isso e muito mais pra todo mundo. Perdi minha anotação
no meio dessa longa história e já estava me metendo na tarefa de todo mundo. Incontrolável,
faço um esforço danado pra não ser intrometida. Fiquei cutucando todo mundo,
perguntando se estava tudo certo, numa ansiedade danada. Teve uma semana que
Diana sumiu porque estava levando uns turistas pelo Vale do Pati. Trabalhando!!
A pessoa tem que trabalhar! Eu quase pari um filho!! Rs! A gente enviava
mensagem para o grupo e ficava falando sem Diana. Fernando escrevia assim:
“Dianaaaaaa!”. E nada de resposta. Quando ela apareceu, disse: “Gente, está
tudo bem, vai dar tudo certo!”, e todo mundo ficou aliviado. No caso, eu. Rs!
Tenho certeza de que as coisas dariam tão certo quanto deu sem a minha
ansiedade, mas se não fosse assim não seria eu, rs!!
Diana descobriu o Hotel Arembepe Beach pela internet e me
orientou a ir lá. Tivemos muita sorte! A receptividade
foi tão grande que não dava pra resistir. Fui atendida pelo dono, Sr. Walter, que
disponibilizou todos os recursos necessários para que nos sentíssemos em casa.
Pedi estrutura, água, som, utensílios. Fiquei com vergonha de tanta
coisa que pedi. E ele ainda perguntava se precisávamos de mais alguma coisa.
Também encontrei com uma figura super simpática chamada Shah, que tem canal no
youtube e página no Facebook, o Café com Shah. Na página dele pronuncia "Shah" sussurrando igual a "Ecomotion".. rs! Ele também curtiu nosso projeto, divulgou a
corrida e abraçou o esporte. E todas as vezes que fui lá uma coisa boa
acontecia. As portas se abriam de tal maneira que dava mais segurança no que
estávamos realizando.
Ofício pra tudo que é lado! Polícia Rodoviária, Polícia Militar... Fiquei super
assustada porque o Tenente meteu tanto medo. Disse que não tinha efetivo, não
tinha carro, que era muito perigoso, que a gente precisava de segurança
particular para fazer qualquer evento em local ermo. Se começasse a escrever
aqui minha opinião sobre isso, faria um texto enorme mas só me resumo a dizer
que se a gente se entregar ao medo não sai de casa. Tenho preguiça de abordar
assuntos polêmicos. Mas talvez tanta conversa tenha sido por preocupação mesmo.
E mais uma pitada de sorte me colocou frente a frente com
três policiais numa das visitas ao Hotel que, ao contrário do tenente, foram extremamente
solícitos, disseram que tinham viatura, quadricículo, moto... E garantiram que
os que estivessem de plantão naquele dia fariam ronda no percurso no dia do
evento, já que passavam pelos locais em situações normais. Pediram até mapa pra saber onde as pessoas estariam.
Além disso, passei no vilarejo pra envolver a comunidade na
história. Conseguimos até um puxadinho no bar do Sr. Prego pra colocar as bicicletas, que aumentou o estoque de água mineral e
Coca-Cola pra incrementar seus lucros dia do evento.
Como Fernando, nosso Diretor Técnico e mapeador,
estaria viajando no dia da prova, precisamos conhecer o percurso. Fui um dia
com ele e Hugo foi sozinho com o mapa pra checar distâncias. Fiquei preocupada
porque o mapa ainda estava em preto e branco, kkkk! E faltavam poucos dias para
a prova. Mais um parto pra mim! Mas, também não precisava me preocupar porque
ele é muito caprichoso! A prova ficou digna de um Selvagem. Embora fossem
trilhas conhecidas, o percurso estava super variado, com umas pirambeiras de
arrepiar, subidas de tirar o fôlego, matinha, charco, areia, paisagens lindas e
tudo que um aventureiro tem direito de viver e de sofrer. Vocês sabem que o mapeador sofre
vários tipos de agressão verbal quando a prova é boa? Sorte que ele não estava
aqui.. Viva Fernando Severino!
Fizemos uma reunião de fechamento na quinta-feira antes da prova e
decidimos modificar algumas coisas para a logística da prova ficar melhor.
Reduzimos as transições, principalmente, por motivos de segurança. Conferimos
ponto por ponto, resolvemos todas as pendências, deixamos tudo ajustado.
E os PCs, minha gente?? Nada mais bacana do que fazer coisas
com gente quer fazer coisas com você!! Gabriel!! Gente, que menino bacana!
Pediu pra ir porque queria ficar na bagunça, já que
estava se recuperando de uma lesão. Passou pra o Lado Negro da Força, rs! A
irmã de Alan passou o dia no Hotel com Diana, ajudando em tudo. E Tai, aquela
fofa, a namorada de Hugo, toda disposta e resolutiva, deu conta de tudo junto
com a gente.
Plínio!! O que esse cara faz pela Corrida de Aventura não
está na conta!! A empresa dele, a BBBrindes, apoia tudo: Federação, Corridas e
até a Escola de Aventura do Agreste. Os squezzes ficaram lindos, super de bom
gosto!
Então chegou o grande dia! Seis da manhã estava com
tudo no carro, pronta pra partir. No caminho passei no Posto da Polícia
Rodoviária toda animada.. Levei o maior sabão do Capitão. Na verdade, eu nem
gravo nome de ninguém, principalmente se a pessoa quiser me deixar pra baixo.
Só fiquei com meu sorriso nos lábios, aquele de “ser simpática”, aguardando o
discurso acabar pra ir embora. Afinal tinha muito o que fazer e se o governador
resolvesse passar na hora em que os atletas estivessem atravessando, já sabe?!
Prova cancelada!
Os atletas começaram a chegar, concentrando no bar da
piscina, bem em frente à praia. Um lugar bem bacana, com uma estrutura legal.
Diana já estava lá descarregando o carro. Um clima bom, energia boa! Queria
ficar por lá mas Coqueiro de Arembepe me aguardava. Eu e Hugo teríamos que dar
conta dos PCs. Fui pra o bar do Sr. Prego pra colocar a fita zebrada no puxadinho das bicicletas. E a gente vai tropeçando em gente boa pelo caminho...
Gabriel chegou, já joguei a responsabilidade do PC na “Caixa
dos Peito” dele. Daqui a pouco Hugo chega que ainda ia colocar o PC 12 no
lugar. Só que ele chegou com um tio de Cleverson chamado Marcos. Catei o cara pra ficar no PC 15. kkk! Fiquei até com dó mas não contei conversa.
O visual entre os PCs 14 e 15 era bem bacana! Arrumei uma
palhoça, me misturei com a comunidade e fiquei conversando com as crianças. A
primeira equipe a aparecer foi a Bravus. Esses meninos estão num momento físico
excelente e navegando horrores. Tem tudo pra fazer um ótimo campeonato. Depois
apareceram os Gantuá Macaco Véi, com Alanzinho e Augusto. E a turma foi
chegando aos poucos, fazendo transição, contando história, entrando na água e voltando cheios de
energia pra recomeçar. A única queixa que ouvi foi que a água estava muito
quente. Então combinei de colocar umas pedras de gelo da próxima vez.
No meio da tarde, saí do PC 14 pra devolver o Marcos. Acho que ele cansou de ficar do outro lado do rio com fome e sede, rs!
Deixei no Hotel e voltei com acarajés pra Hugo, Tai e Gabriel. O bar do Sr. Prego acabou estoque de tudo, inclusive água. Hugo, coitado, nem viu rastro de acarajé. O cara se virou em mil! Colocou todos os PCs, fotografou, resgatou.. Nossa!
Voltei para a beira do rio, onde eu e Gabriel ficamos até
quase noite, quando tudo acabou, todos já haviam passado, a comunidade começou
a se recolher e os gatos pardos começaram a aparecer. Batemos em retirada mais que depressa! E essa história dá muita resenha também.
As últimas equipes chegaram no hotel de noite, com oito horas de prova. E não é que os atletas passaram várias vezes por carros da polícia... Todos comentaram que se sentiram muito seguros.
Ao final de tudo, aquela sensação incrível de dever
cumprido, de trabalho em equipe. Feliz por fazer parte de uma equipe tão
competente e madura. Hugo, refletindo da beira do rio, me falou que se a gente tivesse feito uma vaquinha, teria conseguido o dinheiro sem esse trabalho todo. E é verdade. Mas nós todos concordamos que fazer uma festa pra os atletas, ouvir tantas resenhas, curtir cada momento, envolvê-los nos projetos da FBCA... Isso compensa tudo!
Foi muito bom e só contei a minha parte! Sou grata por tudo que a vida joga pra cima de mim. É tudo presente!
Senti muito orgulho do nosso esporte e de todos os atletas, especialmente, nossos queridos alunos da Escola de Aventura do Agreste. Lindos, vibrantes, perseverantes e fortes!
Senti muito orgulho do nosso esporte e de todos os atletas, especialmente, nossos queridos alunos da Escola de Aventura do Agreste. Lindos, vibrantes, perseverantes e fortes!
Obrigada, Di, pelo convite pra participar da Federação! Fernando, Hugo e Aléssia, muito obrigada! Tá massa essa equipe!
Todas as fotos estão no Facebook da FBCA. Vão lá!
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