Foto: Eber Paz |
Quase não consigo escrever... Correria
retada!
Nem lembro em qual prova de Corrida de
Aventura nossa equipe esteve ausente. Presente desde sempre, desde a primeira. Gabi,
Mauro e Scavuzzi estiveram na primeira Corrida de Aventura da Bahia. Nossa
equipe, que agora é um clube esportivo, tem mais de 20 atletas na ativa. Eu
mesma sou fruto desses convites malucos que eles saiam fazendo pras pessoas
participarem das provas. E aqui estamos nós, participando de tudo e chamando
gente pra vir com a gente.
No Desafio Ecotrail não foi diferente.
Foram 16 atletas distribuídos por todas as categorias e percursos. A turma está
boa, animada, entrosada e motivada. Fazendo sucesso nas corridas e presente nos
pódios, tanto na Aventura quanto na Orientação. Coisa que nos orgulha muito
porque, mesmo sabendo que é facultativo representar a Aventureiros do Agreste
nas provas, a maioria prefere fazer parte do nosso time. Poderiam montar uma equipe com outros nomes,
mas estão conosco. Muito fofo!
Formação do quarteto no mesmo
modelo da última prova: eu, Vand, Scavuzzi e Mauro.
Com um regulamento diferentoso e contagem
de pontos de duas provas em dois dias de corrida, acabou que, por falta de tempo, fui ler
os informativos na última hora. Só peguei o último briefing que a organização
soltou três dias antes da prova. Escala de mapa, informações sobre os horários
da prova, detalhes do percurso, essas coisas que a gente precisa ficar ligado.
O local da largada foi cuidadosamente
escolhido pela organização. Um hotel bem legal, com diversas opções de acomodação,
perto da vila de Subaúma. Dava até pra hospedar fora de lá, e ficava mais em
conta, mas preferimos ficar amontoados pra ficar mais perto de tudo. Um apartamento
bem grande, que coube todo mundo, incluindo Lairton, coitado, que ainda não
está totalmente acostumado com as maluquices da gente. O pessoal peida a noite
toda e, pra quem não está acostumado, pode estranhar no começo.
A primeira etapa aconteceu no sábado pela
tarde. Uma Corrida de Orientação com 8km, depois de um briefing pontual de meia
hora. Tão rápido que quem chegou atrasado perdeu informações, entretanto, não
prejudicou ninguém não.
Largamos vestidos de azul em direção à praia, onde Mauro
pegou o mapa logo no começo da faixa de areia. Negociamos e decidimos que ele
navegaria nessa primeira etapa. Porém, ficamos
sapateando no meio da rua por alguns minutos até ele perceber que, quando
Scavuzzi dizia que o Cruzeiro estava ali, era porque tínhamos que ir para o Cruzeiro,
e não que o Cruzeiro era uma referência, rs! E não se preocupem que não estou
me gabando não, viu!? Não sei se faria melhor.
O Cruzeiro |
Fizemos nossa self no PC do Cruzeiro e
descemos para o 3, que foi aquela novela pra achar. Não sei o que aconteceu...
Seguíamos na trilha e abríamos varrendo o lugar, mas não achávamos o PC. Enfim,
encontramos depois de muitas idas e vindas, em meio a uma mistura de atletas
igualmente perdidos.
A partir daí que engatamos a marcha certa. Como
a ordem de pegar os PCs era aleatória, Mauro fez uma estratégia ótima de
navegação e nós corremos por quase todo o tempo. A parte de correr ficou por
minha conta... Não deixei ninguém sossegado. Fizemos um lado inteiro do mapa e
depois o outro lado inteiro até a chegada. O tempo limite deu de
sobra. Ainda dava pra gente dar outra volta, se quisesse. Mentira, mas sobrou
tempo mesmo.
Tinha PCs em dunas, em coqueiros, em ruína,
casa, porteira, moita, cerca, em tudo que foi canto. Muita areia fofa pra malhar as
pernocas e treinar pra Terra de Gigantes! Cada PC era um flash e só depois de
muitos deles que fui perceber que tinha nome de equipes das antigas. No 10
tinha o nosso nome bem grande. Massa!
Foto: Eber Paz |
Foto: Eber Paz |
Foto: Eber Paz |
Uma homenagem bem bacana!
Ao final da tarde, os atletas batiam papo
sentados na grama, num clima super descontraído, tomando até cerveja para hidratar,
enquanto esperavam até os últimos chegarem.
Foto: Eber Paz |
O briefing do segundo dia foi naquela noite
mesmo, no horário combinado, pontualmente. Tava todo mundo cheiroso e tomado
banho no restaurante do hotel. Um ambiente bem descontraído, com mesas e
cadeiras para o jantar de massas e exposição de fotos antigas de Cassio Nagato,
fotógrafo e também organizador da Paletada Adventure, onde tudo começou.
Tadeu falou sobre sua trajetória na Corrida
de Aventura, informou que era a sua primeira e última prova de Corrida de
Aventura como organizador e fez uma cerimônia de penduramento de bússola (igual
a penduramento de chuteira de jogador de futebol depois do milésimo gol), despedindo-se das provas de Corrida de Aventura como atleta também. Lucy recebeu a bússola pendurada, que por sua vez, também estava se despedindo (por um tempo) das Corridas pelas bandas da Bahia. E foi uma despedidaiada danada! A
seguir, o mapa e suas peculiaridades foi a bola da vez.
Um jantar dos Deuses foi servido aos presentes! Eu não queria ir pra
corrida pra dormir porque achava que seria uma mão de obra danada. Estava meio
que impossibilitada de me ausentar por uma noite de casa, mas foi muito legal! Valeu
muito a pena! O contato com os amigos, aquele clima que o esporte nos proporciona,
o local da prova... Era tudo realmente compensador. E o jantar estava
gostosíssimo!
Amanhecemos organizando coisas. Tive vontade de dar uma surra em Mauro porque a bicicleta de Gabi estava com o pneu
furado e ele não resolveu logo. Gabi corre em dupla mista com Vitor e a gente
“pagou o pato”. Podia ter dado uma surra em Vitor também por não fazer nada.
Engolimos o café da manhã, enquanto
navegava no mapa, que foi entregue de manhã cedo. Mapa bonito, colorido, bem
detalhado, mas como estou meio cegueta, não conseguia enxergar todas as trilhas.
Pontualmente (não lembro dos horários), largamos vestidos de verde pela praia por uns
2km até a travessia. Conversando horrores, encontramos Waltinho com a Insanos e
nosso atleta Claudio, que debandou pra o lado deles nessa prova. Depois que
atravessamos a boca da barra do rio, nos separamos e só fomos nos encontrar lá
adiante. Uma equipe fica sacaneando a outra e eu ainda fico falando que precisa
ter muito preparo psicológico pra ficar encontrando a gente nas corridas.
Aliás, precisa ter preparo psicológico pra correr comigo, pessoal. Eu sou
histérica, grito, falo besteiras e coisas desnecessárias, pergunto se está
perto 50 vezes se não estiver navegando, fico doidinha na corrida. Por isso que
tenho que navegar pra distrair.
Foto: Eber Paz |
Por ali, até encontrar o PC1, nos embolamos
com vários atletas, inclusive vários dos nossos Aventureiros. Comecei a me desentender com a escala do mapa. Mauro teve que
tomar a frente da navegação porque Tico e Teco não compreendiam o que estava
acontecendo. Eu, por minha vez, reclamava que Mauro estava muito barata tonta.
Enfim, o PC1 estava na beira do rio, perto do mangue. Não fosse Mauro, eu nem
sei...
Pra encontrar o 2 a gente fez tudo
certinho. Eu voltei a navegar, mas as referências apareciam bem antes do
previsto. Resultou que passamos direto da entrada do PC2 e perdemos um tempo
até perceber que realmente o mapa estava com diferença na escala. Por conta
disso, Scavuzzi e Vand já iam fechando as contas na hora em que dizíamos as
distâncias e a coisa começou a dar certo. Achamos o PC e descemos rumo aos
seguintes.
Seguimos para o PC3 por uma estrada para a
esquerda. Parecia que teríamos que rasgar mato para alcançarmos a lagoa, mas
não precisou não. Não tinha a vegetação densa que esperávamos, demos a volta,
subimos as dunas e tiramos uma foto bem bonita do PC. Na volta, Mauro até
queria voltar por uma estrada que não estava no mapa, então eu dei um esporro
nele e ficou tudo resolvido. Kkkk!
Foto: Eber Paz |
Foto: Eber Paz |
Voltamos
pelo mesmo caminho até chegar no local indicado para a travessia. Uma
delícia de banho de rio! Enquanto nadávamos, o fotógrafo Eber Paz fazia vários
clicks maravilhosos. Do outro lado estava a organização, socorristas e até um
representante da prefeitura de Entre Rios. Tiramos foto com eles nos sentindo
meio artistas, sabe?
Meu mapa molhou todo porque fiz de
nadadeira pra chegar mais rápido. Ficou difícil de enxergar tudo.
Poderíamos seguir pela praia ou pela
estrada. Mauro fez aquela chantagem, dizendo que pela praia teria que tirar o
tênis. Não sei porque Mauro está com essas coisas... Ele nunca foi disso. Mas
aí a gente foi pela estrada e quando olhou pra trás, lá estava ele descalço...
... ... Sem co-men-tários!
Foi um trekking até rápido até ao PC4, a transição para a bike no hotel. Na primeira parte da corrida levamos duas mochilas, daí, na bike
decidimos levar apenas duas também. E isso foi ótimo porque cada um descansava
um pouco, revezando o peso.
Foto: Eber Paz |
Pra achar o PC5, a gente teve que
atravessar a vila de Subaúma. Depois a gente pegou uma trilha para o PC6, que
não foi muito difícil de achar também não. A gente preferiu pegar o PC9
primeiro, mas saiu daquele emaranhado de trilhas dos infernos, optando por ir
um pouquinho no asfalto sem risco de quebrar muito a cabeça. Sim, foi bem
tranquilo. Do 9, que ficava logo ali, atrás da moita, seguimos para o 7. Depois
do 7, a gente optou por seguir direto por uma trilha beeeem apagadinha.
Primeiro passando por cima de muitos galhos e troncos, depois, pedalando por
mato seco sem trilha. Enfim, seguimos no azimute até encontrarmos uma sisterna,
onde estava o prisma 8. Mas até chegar lá pulamos algumas cercas.
Nossos meninos da Pro, Glad e Lairton, estavam sempre por ali, compartilhando momentos com a gente. Dá gosto de ver a
energia boa dos dois fazendo a prova. Glad é super forte e elétrico e Lairton é
bem tranquilão, forte e navega muito bem. Estão fazendo uma parceria massa!
No caminho pra o PC10 teve parada pra chupar picolé porque todo mundo aqui é filho de Deus. Um picolezinho na
corrida é Top das Galáxias!
Seguimos por um trecho de asfalto, então. Para a nossa surpresa, Scavuzzi pegou o retão da estrada e foi embora a viagem dele, sem olhar
pra trás. A entrada pra estrada que nos levava ao PC ficou ali junto com a
gente, que só viu aquele pontinho indo, indo, indo. Não teve grito que ele
ouvisse. Não sei o que deu nele... Lá na frente, acho que ouviu algum ruído (ou
não), olhou pra trás e voltou.
Enfim, seguimos a trilha sem nenhum
estresse por conta do ocorrido, muito pelo contrário. Depois de subir e descer,
pedalar bastante, lá longe, estava o PC10, perto de um charco. Eu falei com
Mauro que não era pra tentar pegar aquele caminho pra ir pro 11. Ninguém queria
ir. Mas a teimosia da pessoa é insuportável. Tivemos que ficar parados,
aguardando desatolar. Ele caiu na pequena ponte de madeira, afundando até a
cintura. Resultado: se fosse eu, tinha me afogado e tudo. Vand que é uma figura
calma, faz uns comentários leves, do tipo: “Mauro caiu, olha! Agora vamos ter
que ficar esperando aqui.”.
Olha, eu me divirto tanto com esses meninos!... Vand se mudou para o Pará e vai fazer muita falta no quarteto! Um atleta com qualidades fundamentais para o esporte. Ele parece que está sempre em estado de meditação. E se fosse parar pra falar dele aqui gastaria umas duas folhas, frente e verso.
Eu sei que o PC11 estava bem longe do 10. E
foi aí que a gente teve que dar aquela pedalada que Scavuzzi tentou antes do
10. Hummm, ele queria ir para o 11, agora entendi. Era no fim da trilha, perto
do rio, numa árvore. E Mauro queria cortar caminho de novo, que talvez até
fosse bom dessa vez, mas a gente quis ir pelo trivial mesmo. Já estava chegando
no PC12, que era transição pra o trekking. Os nossos 2 últimos prismas foram
cancelados, mas tivemos a oportunidade de ir pegar os 13, 14 e 15. Beleza,
então! Corremos pra não levar punição por extrapolar o tempo limite de prova.
Aquela coisa de fim de jogo que a gente não
sabe quem está na frente de quem, mas que continua dando o ânimo pra seguir em
frente fazendo a força que dá. Foi muito divertido! Mais dunas, lagoas,
matinhas, vegetação de restinga... Areia no pé pra não acabar mais. Num instante
a gente fez aquele trecho e voltou pra chegada!
Foi uma corrida super bacana! Mesmo
iniciantes em organização de provas, a equipe do Desafio Ecotrail é composta de
pessoas do bem, centradas, com um senso de responsabilidade enorme, com uma
energia ótima e muita vontade de acertar! E foram acertos por cima de acertos! O
local da prova, que anos atrás foi palco de uma prova da Paletada, nos trouxe
bastante nostalgia. A natureza exuberante e a super estrutura do hotel deram o
maior tcham. Organização impecável. Uma prova massa, que poderia se repetir
muitas vezes. Mesmo em edição única, foi marcante!
Foto: Eber Paz |
Olha minha gente, me divirto tanto com essa
galera que não quero deixar de fazer isso nunca. Pra isso, eu me dedico à
Escola de Aventura do Agreste, junto com essa galera da Aventureiros do Agreste, com amor e afinco, sem
querer nada em troca. Nem glamour, que está na moda, eu quero! Eu quero é ter
provas cheias de atletas, me divertir pelos matos e esvaziar a mente por
algumas horas. Isso sim é terapia!
Parabéns aos atletas que sempre fazem aquela festa nas provas, principalmente a galera da Aventureiros!
Parabéns aos atletas que sempre fazem aquela festa nas provas, principalmente a galera da Aventureiros!
No mais, só gratidão!
Resultado: 2 lugar na categoria
Resultado: 2 lugar na categoria
Foto: Eber Paz |
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