“É sofrimento garantido, perigo iminente, aventura na veia e na alma!” – Esse foi um trecho da resenha que fiz sobre o DS 2021. Qualquer semelhança não é mera coincidência... Waltinho fofo, Daniel naquela tranquilidade, o churrasco, o percurso f@#&, o encontro de atletas, o clássico que ninguém quer perder.
Nosso quarteto só fechou no apagar das luzes, na semana da corrida. Maurício não pôde ir e quem entrou de última hora foi Down. Nem sei como aceitou! A pessoa com rompimento de todos os ligamentos do joelho, cirurgia quase marcada, só pediu que tivéssemos paciência por causa das dores que poderia sentir. Não exatamente com essas palavras, mas era isso ou nada. Não tínhamos outra pessoa mesmo! 😂
Equipe:
João Coelho
Vitor Hugo Moreau
Luciana Freitas (eu)
Down
Objetivo? Depende!!
Para Janaína, mulher de João e conselheira da equipe, a
gente sempre tá devendo um troféu de primeiro lugar pra ela, faz é tempo.
João diz que a gente vai ficar em primeiro toda vez que a
gente vai correr.
Vitor quer chegar na frente sempre. Pode tá morrendo... 😁
Já eu, só quero ser objetiva. O resultado vai ser sempre fruto do trabalho em equipe, do tanto que a gente se entrosar, da navegação "redonda", daquele tiquinho de sorte. Quem não quer ganhar que atire a primeira pedra! Mas não é só isso... Adoro refletir sobre as corridas que faço, e houve um tempo em que não sabia ao certo administrar os finais não tão felizes. Faz muito tempo. Na verdade, nunca curti andar perto de outras equipes porque os embates de final de prova me deixavam muito agoniada, embora a gente se encontre e os encontros são muito legais também. E tem muita história desses encontros, que dão páginas e páginas de resenha. 🤩😍🤪
O esporte, pra mim, é terapia total. Me divirto demais, esqueço da vida e, independente do que aconteça, fico muito bem hoje. Meu dia-a-dia tem uma carga emocional absurda! Esse esporte foi o presente que a vida me deu, pra aprender a enfrentar as adversidades de um jeito mais leve. Eu nem sabia disso quando comecei. Pela minha saúde mental, faço Corrida de Aventura, apesar de todo mundo dizer que sou doida mesmo é por fazer essas coisas. 😊
Morro do Chapéu estava linda, toda colorida! A cidade nos
recebeu com muito carinho! A
organização aproveitou o enfeite do São João, deixando a largada num clima
delicioso! Por falar em clima, a noite da prova prometia ser congelante.
Quando soube que a prova seria lá, só pensei em aproveitar
pra ver minha cunhadinha que amo, Isabele, que é Secretária de Comunicação da
cidade e uma das responsáveis por boa parte da lindeza que encontramos na
cidade. É cunhada do primeiro casamento mas, se meu ex-marido é um grande
amigo, imagina a cunhada que conheço desde os 15 aninhos. Foi pouco tempo mas
não deixei de aproveitar pra botar o papo em dia e de me orgulhar da mulher
forte e determinada que ela se tornou.
Chegamos à cidade no início da tarde, aproveitamos pra
fechar os últimos detalhes antes da largada, organizar as coisas,
confraternizar com os amigos. Waltinho, como sempre, fofo, foi nos recepcionar
no restaurante
A FBCA táquitá botando pra quebrar! Esse ano a gente recebeu coletes pra usar na prova e camisas pra tirar onda depois da corrida. Nossa Corrida de Aventura na Bahia tá ficando cada vez mais linda, recebendo o suporte necessário pra que todas as provas tenham um padrão mínimo de qualidade!
Vamos à prova? Anjos da guarda preparados? Bora Luuuu!
Sábado, 9h, som na caixa, contagem regressiva!
Trecho 1- 22km de Mountain Bike
Largamos com batedor até a esquina da rua, com o povo se
controlando pra ninguém atropelar ninguém. Depois disso foi coisa de doido,
pura adrenalina! Saí colando na roda de quem tivesse mais rápido e fui
procurando meus parceiros. O povo tava enlouquecido de pressa! Parecia que o
mundo tava acabando atrás da gente.
Pegamos um trecho com a pista boa, paralelepípedo, depois barro, em seguida
uns incrementos com areia, buracos e pedras pra começar a brincadeira, que foi
ficando mais difícil a medida que os km avançavam. A profecia de Waltinho!
Por falar em atropelar, nossa treinadora, a tia Fê, sempre dá
esse conselho. “Atropelaaa!” Pela primeira vez, ela disse pra gente não ir na onda
de João e Down, pra evitar lesão, porque as planilhas de treino só estavam no
começo, blá, blá, blá! Pra vocês terem uma ideia da situação, eu e Vitor
estávamos fazendo Pilates pra dar uma consertada no corpo. Véio é uma miséria!
Aparece é coisa!
A organização colocou duas placas no PC1, logo, quase não teve
fila pra foto. Boa ideia! De lá, pulamos a cerca com as bicicletas,
atravessamos o rio, passamos por uma vegetação e chegamos na estrada do outro
lado. Ali foi só contar a distância pro PC 2 aparecer. Muita estrada plana pra aquecer
as pernocas, a poeira subindo, com muita descida!
Chegamos ao PC 3, transição pro trekking, em menos tempo do que o planejado, entretanto, não sei se tinha muita gente ou pouca. Sou bem ruim nessa coisa de prestar atenção nas outras equipes, embora perceba alguns movimentos e conversas. Mas sempre tem alguém na equipe que se preocupa com isso. Os meninos trabalharam direitinho.
Trecho 2- Trekking de 11km com natação de 450 metros no
caminho
Transição bem objetiva, como combinado, seguimos com algumas
equipes que, logo se dissiparam. Como os PCs poderiam ser alcançados em ordem
aleatória, não dava pra saber quem estava na frente de quem. Os PCs A e B eram
opcionais, os demais, obrigatórios.
Começamos buscando o PC 4, numa árvore, depois seguimos pro 5 por uma trilha de um rio seco, cheio de pedras, numa cachoeira sem uma gota d'água! E quando saímos do buraco da cachoeira demos de cara com uma pedreira de extração de mármore. Parecia um deserto! O sol cumpria seu papel na história do DS. Qualquer DS, em qualquer lugar, vai ter um sol por atleta.
Eu só ouvia “Bora Luuu!” Preciso andar rápido o tempo todo... Aquela objetividade que quero, nem sempre consigo entregar. 😅
Fomos pro 8, depois seguimos até o 6 pra entrar na natação. Com o calor que estava, o banho fez um bem danado. Sol quente, poeira subindo, boca seca, gole de água com gosto de terra. Nadamos em meio às baronesas, que insistiram em atrapalhar nosso progresso, mas deu tudo muito certo! PC 7 ok! Entre um PC e outro, equipes iam passando, nos cumprimentávamos rapidinho, sempre sem saber em que ordem estávamos.
Voltamos no sentido do PC B, marcando distância e saímos varrendo a área, os quatro, um pra cada árvore possível.
Pronto! Só faltava o A que, passando pela transição, tive a
impressão de que muitas equipes haviam saído.
O caminho do PC A foi por dentro de um cânion bem pedregoso,
com altos penhascos, risco de queda aos mais desequilibrados, pontes de madeira
cambaleantes! Down e João iam lá na frente, catando
o PC e pulando pedra.
Na volta, encontramos Juju e Dudu (dupla OSFIDAGENTE) que,
depois de altamente desencorajados pelo pai (João) sobre os perigos daquela caminhada,
decidiram seguir pra pegar o PC. Que meninos desobedientes!! E ainda
tiraram onda de que não tinha nada demais no PC, que pegaram de boa! Raiai...
esse povo pequeno é muito danado!
Na transição, alguém colocou uma bicicleta em cima da minha. Empenou alguma coisa que acabou enganchando a corrente. Precisei me virar, porque os meninos estavam tão agoniados que me deixaram sozinha, achando que eu estava acompanhando. Saí que nem doida pra alcançá-los. Na boa, a pessoa poderia jogar a bicicleta em cima da de alguém da sua equipe e empenar a gancheira de alguém da sua equipe. Seria mais justo!
Trecho 3- 22km de MTB com rapel na Cachoeira do Ferro Doido
Todas as equipes que encontramos pelo caminho nos ajudaram
em alguma coisa. Tivemos encontros felizes! Todo mundo torce por todo mundo,
mesmo todo mundo querendo subir no pódio e atropelar todo mundo. Deu pra
entender?
Então... Fomos pro PC 10 junto com a turma do Kaaporas. Cachorrada danada! Povinho doido, viu?! As meninas são tudo doida, pedalam horrores e os meninos também. O povo esculhamba com Down e a gente dá muita risada! Enfim, esses nos ajudaram a não perder o ritmo!
O PC 11 já era no próprio estacionamento da Cachoeira do Ferro Doido, onde os meninos iam fazer o rapel. Vitor começou a dar sinais de motor fervendo desde o trekking. Até pensei em fazer o rapel mas, ao invés disso, arrumei tudo para que ele fosse o mais rápido possível. Eu e João ficamos descansando. Na verdade, eu fiquei fofocando, dando risada e lembrando de provas antigas.
Terminamos o rapel praticamente na mesma hora que nosso
quarteto de Aventureiros 1. Saímos quase juntos com eles, que já foram direto pela estrada principal até a Vila Ventura. Nós tentamos seguir pela trilha, mas o que lembrava
dela na Carrasco não era nada bom. Fazia tanto tempo, foi no começo da minha história na Corrida de Aventura. Talvez tivesse
adquirido mais habilidade pra pedalar nas pedras, talvez não tanto.
Antes mesmo de entrar na trilha, escolhemos dar a volta, e
foi a melhor coisa que fizemos! Só descida em asfalto e estrada de
barro. Inclusive, tivemos um pneu furado faltando 300m pra chegar na Vila.
Salvos pelo GUP. Não sei se vocês conhecem mas vale muito a pena levar nas corridas. Na Bahia Adventure Race, quando corremos de Penélopes, fomos apoiados pela marca, que nos ofereceu pequenos frascos de Smoove (lubrificante) e GUP (reparador instantâneo de pneus). O GUP é um produto selante de emergência. Você esvazia o pneu furado totalmente, depois encaixa o bico dele no pito e enche o pneu todo de vez com a própria pressão do frasco. Incrível como funciona e não se perde tempo trocando pneu.
Trecho 4- 18km de trekking com cavalgada
A Vila Ventura é uma gracinha! Lembro muito bem dela, desde
a minha primeira vez lá. Bem bonitinha mesmo! Waltinho, Daniel e os cavalos
estavam à nossa espera.
Meu Deus do céu!! Quem disse que aqueles cavalos estavam acostumados com aquelas trilhas? Não passava gente, imagina cavalo. Enfim... Subimos primeiro até o cemitério (PC 15) com Binha, a égua que nos acompanhou durante todo o percurso de Trekking com Cavalgada. Sim! Era esse o nome do trecho: Trekking com cavalgada, salvo nos momentos de bate e volta, em que não fosse possível levar os cavalos. Foi essa orientação no briefing.
Quem ia montar era Down mas realmente, tivemos que fazer o
percurso quase todo puxando Binha, que empacava muitas vezes, escorregava,
caía, pulava, dava susto na gente.
Bem que Waltinho falou que as dificuldades seriam em ordem
crescente. Aquele primeiro trecho de trekking nem fez cócegas. Ali sim, os
calos subiram, as panturrilhas gritaram, os quadríceps arderam e os filhos
choraram sem as mães tomarem nem conhecimento. Foi divertido demais! É
exatamente assim que a gente gosta.
A partir do PC 15, Roberto Carlos, o cavalo da Limonamour, ficou amigo de Binha. Compartilhamos várias situações juntos, incluindo a navegação. Fomos bastante precisos,
conseguimos alcançar os PCs sem dificuldade. Seguimos a sequência pelos PCs 15,
16, 17, C, D, E, 18 e retorno para a transição.
Árvores, nascentes, tocas, cachoeiras, pinturas rupestres! Muitas subidas e descidas de pedras. As trilhas que desapareciam, cachoeiras com passagens quase instransponíveis. As equipes passavam sem cavalos, enquanto a gente lutava com nossa égua, com aquela sensação desagradável de "papel de besta", imaginando que todos estavam muito adiantados, por não terem aquele trabalho. Afinal, nossa égua só ficava amarrada quando era bate e volta.
Na subida pro PC 17, encontramos uma jararaca enorme bem no
meio do caminho. Tranquila e serena, ela nem pensava em ceder passagem. Um dos
meninos da Limonamour passou à frente, conseguindo livrar o caminho.
O PC D, que ficava na parte de cima de uma cachoeira, foi mais difícil de sair do que de chegar. Era quase impossível sair pela trilha sugerida sem que Binha caísse no penhasco. Até pra nós era perigoso. Procuramos demais por passagem, sem sucesso. Deu um trabalho danado! Binha quase quebrou as pernas. Se teve um momento de estresse na prova, foi esse! Quase deixamos a égua amarrada e fomos embora.
A cereja do bolo foi o PC 18. Decidimos atacar a cachoeira
por cima e descer por algum lugar que não tínhamos certeza se existiria.
Entretanto, pela lógica, toda cachoeira tem passagem por cima e por baixo. Veríamos
na hora.
Chegando lá, era mais um penhasco! Muito alto, muito alto mesmo! A
Kaaporas gritava lá embaixo e, pelo eco das suas vozes, estava muito longe.
Avistamos o PC e fomos procurar um acesso pra descer. Um acesso íngreme,
perigoso, cheio de pedras soltas, pedras altas que as minhas perninhas se
esticavam pra alcançar. Tudo digno de uma aventura louca, numa noite de lua,
com o céu todo estrelado.
Lá embaixo, encontramos Glad, Gabriel e a nossa Aventureiros 1. Gabriel avisou que Mauro tinha caído e se machucado. Tropeçou numa raiz e caiu por cima do capacete, Coisa de velho mesmo! 🤪😅 Graças a Deus que não aconteceu nada de tão grave!
Sempre na companhia da equipe de Paulo, comecei a refletir sobre
um possível pega até a chegada. Eu realmente não queria que aquilo acontecesse pela
minha “dificuldade” em administrar a situação. Pra mim, é uma sensação
esquisita de ser amigo e concorrente ao mesmo tempo. Sei lá! Deve ser o
medo de perder mesmo! Sim, medo de perder! Certamente! É bom quando se abre uma distância e ninguém se agonia. 😁
Enfim, trocamos muitas figurinhas, conversamos horrores, rimos, curtimos todo o trekking juntos. Quando chegamos na transição, descobrimos que éramos as únicas equipes que tinham chegado com todos os PCs alcançados, incluindo os opcionais. Os meninos, ligados nisso, começaram a pressão pra gente adiantar a transição. A Limonamour se adiantou e saiu. Embora não tenhamos demorado, quando saímos, a Caatinga Sempre Viva chegava do trekking. Êh bagaceira!
Trecho 5- 31km de Bike e chegada
Sabíamos que seria uma pedalada difícil mas não a mais
difícil das nossas vidas, o pior empurra bike da história, o momento de xingar
todos os ancestrais de Waltinho e Daniel. Na verdade, a pior foi na Malacara mas, nesse DS, tivemos o momento de
trabalhar na força do ódio!
Logo nos primeiros km, encontramos a Limonamour. Na pressa,
um dos seus atletas saiu sem capacete. Imagina que merda!? A criatura tá
liderando a prova e esquece o capacete. Confesso que vivo praticando empatia
pelo caminho. Fiquei preocupada. Mas aí eu penso que passamos na frente deles, depois eu penso que
eles estão atrás da gente, aí fica uma loucura na minha cabeça. 😅😂
O começo da trilha era todo de subida de pedra. Não sei quem
conseguiu pedalar ali, o que sei é que não pedalei um centímetro. Vitor nem se
deu ao trabalho de calçar as sapatilhas, foi de tênis mesmo. Certamente,
empurramos as bicicletas por mais de 10km.
Meu mapa sumiu em algum momento do último trekking. Procurei
sem sucesso! Cheguei a sair com a imagem do mapa na cabeça com as distâncias
decoradas até certo trecho. Mas vi que o combinado de Vitor navegar na bike e
eu no trekking já tinha se desfeito desde o começo da prova, nos primeiros sinais
de caruara. Down nem levou os óculos e avisou que iria pra curtir, sem navegar.
Por fim, quando vi que a porra ia pegar pro nosso lado, catei o mapa de Vitor
com toda a gentileza que me é peculiar, porque ele não conseguia administrar
nem a vida dele mais, imagina a de todos nós. Seu ritmo era em câmera lenta. Parecia que estava na lua. Precisava se concentrar nele sem se preocupar com navegação. Foi um dos primeiros a avisar que, se tivesse um
pega no final, não aguentaria acompanhar.
Passamos por Plínio e Maurão. Encontramos Glad e Gabriel no
PC 20 e percebemos que as luzes da Limonamour estavam próximas. Gente, que
situação!! Só de escrever agora tive descargas de adrenalina. Fomos
alcançados e chegamos no asfalto juntos!
Pra começar o asfalto, uma ladeira ridícula pra subir! Mas a sensação era de que tinha
chumbo nas minhas pernas, além disso, a bicicleta parecia pesar 20kg. Estávamos todos
exaustos! Vitor, ainda de tênis, parecia melhorar um pouco e eu ficava pra trás
invariavelmente.
Lila passava voando baixo por mim nas ladeiras, que foram
umas 3 ou 4 mais chatinhas. Ainda conversamos um pouco, compartilhei minha água
com Paulo Marcelo e comecei a ter uns insights. Não sei o que aconteceu comigo. Foi
uma sequência de acontecimentos e pensamentos, tudo ao mesmo tempo.
- Lembrei de Maurício, nosso parceiro mais forte, que tinha
ficado de fora da prova. Daí, perguntei a Down se ele não ia me empurrar mas a
resposta foi desanimadora. Ele disse que não aguentava nem se carregar.
- Lembrei dos nossos pegas nos treinos na Estrada do Coco, que a gente
faz todas as vezes que sai da trilha de Areias. Resolvi travar a suspensão. Sempre me sinto mais leve quando travo no asfalto.
- Passou por minha cabeça que talvez fosse o momento de
enfrentar a situação e encontrar um gás, que não sabia de onde sairia. Perguntei
a Down se ele sabia exatamente como chegar na entrada da cidade. Quando ele disse
sim, guardei o mapa, comi um pedaço de bananinha e bebi uma aguinha.
- Down começou a me empurrar do nada! A força dele voltou. 🚵
- Vitor parou no meio da estrada pra colocar as sapatilhas,
ao mesmo tempo que um dos atletas da Limonamour passou a rebocar o outro com
uma corda. Deve ter sido a mudança de calçado mais rápida que Vitor fez na vida
dele. Quando vi, já estava do meu lado. E olha que ele foi o primeiro a dizer, lá atrás, que não tinha condições de fazer pega na chegada. 😂😂😂
- Nos primeiros empurrões, minha energia ressurgiu das
cinzas e já não precisei mais de ajuda. Esqueci que não gostava de embates
finais. Alguma coisa em mim, insistia em lembrar de que sempre pedalei tão forte quanto os
meus parceiros no asfalto, exceto na época da anemia que durou alguns meses de
perrengue.
Fomos pedalando juntos, aumentando a velocidade nos últimos km de prova e
distanciando deles de um jeito que não havia como nos alcançarem. Enfim,
chegamos à cidade e cruzamos a linha de chegada em primeiro lugar no Desafio
dos Sertões!
Waltinho estava à nossa espera.
Finalmente, Lu! – Ele disse.
E eu concordei! Finalmente ganhamos uma prova em quarteto, depois de tantos anos de Corrida de Aventura. Finalmente, superei e expandi mais um pouco dos meus limites. Pois é! Tive uma sensação genuína de merecimento, sem falsa modéstia e sem deixar de valorizar os nossos amigos “adversários”.
Paulo Marcelo e toda a equipe deram um show! Todos são muito
fortes, Paulo é um excelente navegador e, especialmente, Lila é muito forte e
determinada! Adoro ver as mulheres botando pra quebrar na Corrida de Aventura! Parabéns, equipe!!!
Down é um farejador de trilha danado! Mesmo com o joelho bichado, parece aqueles coelhinhos da Duracel, que a bateria nunca acaba. Não para quieto, bicho retado! Valeu por aceitar nosso convite de última hora, amigo. Amei correr com você!
Foi lindo o que fizemos lá! Nossa vitória foi fruto da nossa
maturidade, trabalho em equipe e lastro. Nossa sintonia é tão legal que a gente
não precisa de muitas palavras. E Down se encaixou direitinho na viagem que é ser Aventureiros do Agreste!
Joãozinho, meu filho, tu tem cabeça de vencedor. Sempre
achei, vivo a dizer!
Vitor foi um guerreiro! Suportou a bagaceira toda, teve ânsia
de vômito o tempo todo, ainda assim, manteve o foco até o final.
Waltinho, Dan e equipe, o Desafio dos Sertões é único! Tem história, bagagem, padrão de qualidade e não deve em nada a qualquer prova de qualquer lugar. Vocês botam pra quebrar e sabem exatamente do que a gente precisa. A gente já vai, sabendo que não vai ter moleza!
Parabéns a todos os atletas que encararam esse Desafio incrível!
Obrigada pelo fim de semana e até a próxima!
PS: Meu agradecimento super especial aos nossos anfitriões: Isabele e Edgard, por receber nós sete. Eu sigo amando vocês e desejando tudo de belo nessa vida! 😍
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