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Corrida de Orientação- Uhuuuuu!

Que saudade de escrever! Essa falta de tempo está me deixando quase em depressão. Mas, é quase, viu?! Estou me organizando...
Então vou ter que ir postando minhas aventuras aos poucos para não ficar cansativo...
Estava quase em depressão (quase!) quando, finalmente, chegara hora de respirar ar puro.
Berimbau, 20 de maio de 2012, segunda Etapa do Campeonato Baiano de Orientação. O resultado da primeira foi um inexpressivo 4º lugar. (Desculpem se pareço competitiva mas, é que sou mesmo... Controlada para não assustar meus amigos, rs!) E pensava em compensar o resultado ruim nessa etapa. Pena que estive muito gripada e ainda estava no dia da prova. Que chato! Vivia me gabando que não pegava gripe e tive uma atrás da outra esse ano.
Sinceramente, pensei em não ir umas 3 vezes. Só que inscrevi Xuxu (pai dos meus filhotes) e Tiago (meu filhote) para correrem em dupla. E tinha me comprometido com a Equipe pela qual estou correndo esse ano, a Carcará. Não sei porque motivo, achava que tinha que ir mesmo e pronto, fui!
Depois de todos os abraços apertados, esperava minha hora de largar. Da minha categoria, só Dejanir sairia depois de mim. Ótimo pra mim, se não estivesse gripada! Gosto de largar por último.
Nas considerações pré-largada, o organizador deu um pequeno aviso:
“Depois de chover a noite inteira, o que era de grau de dificuldade 3, virou grau 7.”
E a galera foi ao delírio! Nada melhor do que um grau 7 de dificuldade para apimentar uma Corrida de Orientação.. RS! Então larguei, sabendo que seria muito divertido!
Os dois primeiros prismas foram bem tranquilos de achar! Terreno plano, vegetação rasteira e fácil de enxergar tudo. O terceiro prisma estava dentro de um canavial. Mesmo contando passo, não achei de primeira e voltei para refazer o percurso duas vezes. Foi quando encontrei Dejanir, aliás, ela me encontrou. Dali então, a coisa começou a ficar animada!
Do prisma 3, dava pra azimutar e sair rasgando pelo canavial até o 4. (É rasgando mesmo que a gente fala! Mas, não corta o mato não, nem leva facão, tá?!...). Do jeito que fui, não tinha jeito do prisma fugir de mim. Estava pendurado numa árvore singela. Eu e Deja ficamos próximas em quase toda a prova, a partir dali.
Meu corpo começou a esquentar e os sintomas da gripe foram melhorando à medida que alcançava meus tesouros (os prismas).
O prisma 5 estava numa árvore mais gordinha e deve ter sido o último dos que estavam localizados em lugar plano. Daí em diante, meus amigos, foi só “ladeira abaixo” e “ladeira acima”. Era cada ribanceira de acabar com o caboclo! E eu aaaadorooooo ladeira! Gosto e subo com vontade, gritando uhuuu, com gosto de gás e a faca entre os dentes! Pegava os prismas numa vontade que nem conto.
Ladeira abaixo para alcançar o prisma 7, que estava num córrego. Lá embaixo mesmo. Putz! Ladeira acima para o 8, uma delícia! Minha respiração estava uma beleza! O nariz desentupiu em legítima defesa, senão estaria caída por lá até hoje... E o tênis já parecia uma bota, de tanta lama!
Só a título de curiosidade, minha última aparição no mato foi na Peleja. Tenho crise de abstinência quando demoro muito de correr. A gripe realmente não incomodava mais e eu estava numa felicidade que não cabia em mim. Olhava o verde, as árvores, os bichos. Pulava as cercas toda animada!
Acabamos encontrando outra competidora da nossa categoria no caminho, a Carol. Não sei quem jogou Carol na Elite! Ela estava meio perdidinha mas, leva jeito e daqui a uns dias estará afiada, tenho certeza disso! Eu sou “macaca velha” e até hoje tomo porrada de prisma. Mas, acho que melhorei bastante de quando comecei pra cá. 
Depois de muito subir e descer, empacamos por um curto intervalo de tempo no prisma 11. Minha cabeça deu um “nó cego”, que tratei de desatar rapidinho.
Pegamos o prisma 11 em grupo e seguimos para o 12 sem demora. Gente! Carol escorregava tanto na ladeira que parecia que estava numa esteira de academia, RS! Não tinha como não rir. Todos escorregavam muito. O terreno estava muito molhado!
E muitas outras ladeiras vieram e muitos prismas também. E muitos escorregões.
Eu tomei uma queda inacreditável! Tenho a impressão de que jogaram um caldo de quiabo naquela ladeira. Sorte que corro de luvas e fico mais ousada por esse motivo. Escorreguei pra cair de bumbum, meu pé virou e acabei caindo fazendo apoio no chão. O corpo foi tão reto ao chão que sujou de lama por inteiro. Nem sei como fiz aquilo mas, era tudo o que eu precisava para chegar triunfante, RS! Parecia um pinto no lixo! Toda suja de lama e com o tênis parecendo uma bota. Parecia uma criança que tinha acabado de brincar lá fora!!
E nessa brincadeira, depois de muita subida e descida e de 21 prismas, o resultado foi melhor do que esperado. Acabei pegando um pódium bastante despretencioso de terceiro lugar. Pena que não pude esperar a hora da premiação, principalmente para prestigiar as outras meninas que tiveram merecidos resultados.
Independente do resultado, o que mais gosto, além de competir, é respirar ar puro! Voltei curada e feliz por não ter perdido a festa! Adorei a prova! Eu quero mais lama! Quero grau 10! Uhuuuuuu!
Os organizadores das Corridas de Orientação estão se superando a cada dia na excelência das provas! Muito bom mesmo! Quer se divertir? Vá fazer Corrida de Orientação!

Comentários

Anônimo disse…
Nada mais próximo da execução de um percurso de orientação que um comentário seu. Mato a saudade das pistas neles.

Um abraço

Freitas
Luciana disse…
Que honra a sua visita! Desejo-lhe muitas aventuras pela vida afora! Outro abraço!

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