Providências importantes antes de largar:
1. Arrancar um par de meias no pé de alguma pessoa legal e compreensiva, que não fosse correr, é óbvio.
2. Arrumar uma calça com alguma amiga tão pequena quanto eu, se possível.
A maluca aqui esqueceu das meias e das calças pra correr. Mas, estava disposta a fazer a prova até de short de linho e tênis sem meias, se fosse preciso, rs! Ainda bem que não precisou...
1. Arrancar um par de meias no pé de alguma pessoa legal e compreensiva, que não fosse correr, é óbvio.
2. Arrumar uma calça com alguma amiga tão pequena quanto eu, se possível.
A maluca aqui esqueceu das meias e das calças pra correr. Mas, estava disposta a fazer a prova até de short de linho e tênis sem meias, se fosse preciso, rs! Ainda bem que não precisou...
Equipe: Luciana Freitas (euzinha) e Vitor Hugo Moreau
Todos alinhados, largamos num ritmo forte, com mais de 50 duplas que participavam da prova Cangaço. O bolo danado que faz parte do “fogo
de palha” de começo de prova. Todo mundo sai correndo mesmo, as equipes só
começam a se distanciar depois de alguns quilômetros. A "parada" já começava
com uma subida e a galera não fez questão de aliviar de jeito nenhum.
Eu e Vitor combinamos de fazer nossa prova
sem preocupação com outras equipes. Sempre em frente, avante, com força
mas, mantendo a concentração. Ou seja, fazer o máximo que puder para evoluir no percurso, sendo o resultado fruto do tanto de esforço e concentração. Básico!
A primeira parte da prova foi um trekking/corrida de 4km
para encontrar quatro PCs. O primeiro foi exatamente onde deixamos as bicicletas. Sem navegação, só corrida. Para chegar até o PC2, tínhamos que encontrar uma
trilha que descia para beira do Rio Jacuípe. Eu, com minha mania de não querer ser “Maria
vai com as outras”, fui procurar a trilha que começava antes da entrada entre as
casas, para já descer direto. O povo já virava a curva quando chegamos. Como o caminho
beirava o rio por suas curvas, dava pra visualizar aquela fila de atletas com
camisas de mangas laranja, contrastando com o verde, lá na outra ponta. Corríamos
loucamente, saltando pelas beiradas da trilha, tentando ultrapassar algumas
equipes. Muitos atletas à nossa frente paravam de correr um pouco
para descansar, e essa paradinha nos deixava pra trás cada vez mais. Então foi
um tal de pedir licença sem fim até o PC 3, que ainda era na beira do rio. O
caminho para o 4 já não teve congestionamentos. O cara (PC) tava
num buraco, lá embaixo com a prancheta nas mãos. Eu, heim!! Fica todo mundo
escondido!
Quando batemos o PC5, nosso nome foi escrito na segunda
folha da lista de equipes, rs! Aquilo não nos abalou nem um pouquinho, nem comentamos sobre o assunto durante a prova. Várias
bikes já não estavam lá. Após uma transição objetiva, compatível com nossos
planos, sem negligenciar água ou comida, seguimos para 20km de pedal.
Se disser que lembro de tudo, estarei mentindo. De tão
atenta ao mapa, não queria saber de mais nada, exceto pela minha mania de ficar cumprimentando todo mundo, é claro. Vitor foi eleito capitão da
equipe, por unanimidade (tinha tanta gente votando, rs!), com o objetivo de me
deixar mais livre para navegar. Estratégia que funcionou muito bem! Ele assinava
a passagem dos PCs e dava pitaco em algumas coisas, que influenciaram em muito
no resultado da prova.
Pedalando até o PC6, encontramos várias equipes pelo
caminho. Acho que por ali ainda estávamos na segunda folha da lista de equipes,
nem sei bem. Só vendo depois que divulgarem os tempos. Mas, as ladeiras deixaram muita gente pra trás. O trekking que não
foi trekking, e sim corrida, também causou canseira em meio mundo. Beneficiados pelo cansaço alheio, ultrapassamos várias equipes entre os PCs 6 e 7, trecho
onde a navegação pareceu mais delicada e careceu de atenção. Do PC7, decidimos
pegar o caminho mais curto pela trilha ao invés de seguir pelo estradão. Apesar de nem ter ideia de quem estava na frente ou atrás,
percebi que não estávamos mais na segunda folha da lista, rs! A trilha
escolhida era um pouco pedregosa no começo e logo fui avisando a Vitor que não
voltaríamos por ali, já que o PC9 era no mesmo lugar do 7.
Olha gente, devo gastar uma energia doida falando com as
pessoas durante a prova, rs! Cumprimento e converso com quase todos os atletas
que encontro. Dou uns gritos doidos para estimular quem está passando, rs...
Converso com o povo na transição... Não sei não! Talvez, tenha que ficar mais
calada pra ter uma performance melhor, rs! Mas, não sei se quero deixar de
fazer isso para melhorar performance. Não seria a Luciana de sempre. Então, acho
que vou ter que treinar mais um pouco pra compensar. Não tenho jeito mais, não!
Foi entre o PC7 e o 8 que percebemos que estávamos mesmo entre
os primeiros. Di e Alan nos ultrapassaram e nem sabíamos que eles estavam atrás,
ou seja, estávamos em primeiro entre as duplas mistas, rs! Marcinha e "seu parceiro" (Não lembro o nome dele, foi mal!) também encostaram e até
bateram o PC8 primeiro. Êita diacho, que a "briga" foi boa!
Apesar de percebermos a grande possibilidade de subir no
pódio, combinamos de não cantar vitória antes do tempo. Tínhamos o resto do
pedal pela frente e uma pista de Orientação de quase 5km para encarar, além do remo de 1km,
que poderia até fazer diferença caso ficássemos muito próximos de outra
equipe.
Acabei concordando com Vitor em voltar para o PC9 pela
trilha. Ele tinha razão! Primeiro que o corte de caminho fazia uma boa
diferença, depois que a trilha não era tão difícil. Passando pela
porteira mais uma vez, fizemos o singletrack de 1km. Bem gostosinho, por sinal!
Por falar em porteira, teve um atleta da Gantuá Perdidão que
abriu tanta porteira pra nós que prometi um abraço apertado a ele no final da
prova, rs!! E dei o abraço. Na verdade, ele esperava o parceiro mas, não precisava ficar
segurando porteira pra ninguém. Gentileza em competição é muito legal porque
algumas vezes a gente tá tão afobado que faz umas bobagens sem perceber!
Do 9 pro 10 foi só zerar o odômetro pra não perder a
entrada. Cruzamos com Mauro e Gabi (Aventureiros do Agreste 1) e Maurício e
Eudes (Aventureiros do Agreste 3) pelo caminho, que comemoraram nossa posição
na prova e elevaram nossa moral, rs! Muito bom encontrar parceiros na corrida! Melhor ainda saber que estão bem e evoluindo na prova.
O PC 10 estava uns 700m pra dentro de uma trilha bem
técnica, cheia de valas e pedras. Até poderíamos escolher seguir adiante para o
11 mas, nem preciso dizer porque não fomos. Aquele caminho era miserável demais
para uma simples mortal como eu. Desnecessário, posso afirmar. Assim, voltamos
pela estrada, pegando um trecho de asfalto e num instante alcançamos o
PC.
Enfim, deixamos as bikes para entrar na pista de orientação com 10 prismas.
Naquele momento, estávamos em segunda posição entre as duplas. Precisávamos
manter o foco, ter calma, contar passos e tomar decisões rápidas e acertadas.
O prisma 1 estava bem no meio da vegetação, entre a casa do PC11 (PC e prismas são diferentes) e uma estradinha. Descemos correndo, vasculhando à área em busca do
famigerado prisma. Sem demora encontramos, seguindo para o 2. Fiquei um pouco confusa
para encontrar o prisma 3. Não entendi muito bem sua localização e referências,
que eram poucas. Vi outras duplas passando por nós, procurei nem comentar com
Vitor pra gente não ter preocupações além da navegação. Vitor, por sua vez, sempre
contando passos, na maior tranquilidade, também nada falou.
Para chegar ao prisma 4, a gente se embrenhou pelos matos
mesmo. Tive que orientar o mapa, traçar o azimute e descer para ravina. Vozes
murmuravam por ali... Encontramos a vala, seguimos por dentro e mais adiante,
mais um pouquinho, estava o prisma 4, entre gritos, berros e sussurros, rs! Apesar
de terem sido apontados pela maioria dos atletas como os prismas que mais deram
trabalho, encontramos sem demora o 5 e o 6.
Dali em diante, faltavam apenas os quatro últimos.
E, pra esses, precisávamos de pernas pra correr, subir e descer. E fôlego... O prisma 7 estava num morrinho de pedras, lá em cima. Uma escalaminhada discreta pra gente brincar... O 8, encontramos na beira da estrada, no
meio de um amontoado de pedras que dificultavam nossa progressão. Dali,
precisamos descer um pouco para pegar o 9 na beira do rio e subir para alcançar
o 10, perto de um quiosque que eu já tinha visto desde que cheguei na área.
Serviço completo, corremos para o PC 12 e descemos sem freio
para a chegada, que cruzamos em segundo lugar em nossa categoria e quinto na
classificação geral. Faltava só o trecho de remo que foi apenas uma farra à
parte, porque não mudou nada no resultado final.
O resultado dessa prova veio como um bálsamo massagear nossa
auto estima esportiva. Depois de duas desistências de provas nesse ano, por
motivos que já foram ditos em outras postagens, precisávamos de um resultado
legal para dar um estímulo. Não tivemos pneu furado, corrente quebrada, mal
estar, unha encravada, dor de cabeça, manchas na pele, piriri... Nada! A prova foi
curta sim, mas tão “sem facilidades” quanto qualquer outra. A dificuldade é outra, pois acaba sendo mais ofegante e qualquer erro pode ser decisivo no resultado. Sem contar que os
“dinossauros” da Corrida de Aventura estavam todos lá, incluindo a mim. Todos
“macacos velhos” que sabem onde as cobras dormem, rs!
Claro que preciso considerar que uma prova com
um resultado tão bacana não seria possível sem um parceiro de corrida com uma
energia tão boa. Vitor é um excelente atleta, pedala muito bem, corre, tem uma
coragem danada, ajuda em tudo, participa das decisões, pondera, articula. É um
achado! E não fui eu só quem teve a maior sorte, tendo em vista que sou uma
namorada babona mesmo, a Equipe também teve. Temos um atleta com o nosso estilo
de correr, que segue nosso lema:
Retroceder Nunca, Render-se Jamais e Divertir-se Sempre!
E, como se não bastasse, ainda é gatinho e tem esse “zoião”
cor do mar com todos os peixinhos, rsrsrsrs!
Parabéns pra galera toda que esteve em nossa festa. A festa
de Corrida de Aventura é nossa! A festa que a gente sempre fez durante tantos
anos e que esfriou um pouco nos últimos tempos. Sejam todos bem vindos, novatos
e dinossauros! Em qualquer posição que a gente chegue, é sempre muito bom
completar. Todas as experiências nos servem pra vida e pra corrida. Até a desistência, principalmente ela, nos faz crescer muito.
Paulinho, Marcinha, Marcel e toda a turma da organização,
PARABÉNS por mais uma prova impecavelmente montada!
Tenho que agradecer à Kassiele Kaiper, que ficou sem meias
para ajudar essa doida aqui. E a Gabi que me emprestou uma calça da noite para
o dia pra eu não ficar de pernas sapecadas de cansanção!!
Parabéns aos nossos Aventureiros do Agreste!
Parabéns aos nossos Aventureiros do Agreste!
Valeu Lene, pelas
vibrações positivas em nossas passagens nos PCs! Foi massa!
Beijos e até mais!
Luciana Penélope do Agreste
Aventureiros do Agreste
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