A cada dia a Escola de Aventura do Agreste nos proporciona mais vontade de fazer mais e melhor.
Hoje eu vou contar do segundo dia- O trekking noturno.
Era pra ser um treino noturno, aquela coisa de testar a iluminação pra ver se presta. Corredor de aventura gosta de se desafiar e de colocar os outros no mau caminho. No bom sentido, é claro!
Nosso tempo pra fazer essas coisas é muito pequeno! A Escola é por amor mesmo, senão não dava não. Queremos muito que nosso esporte cresça, tenha muitos atletas e seja cada vez mais reconhecido. Quanto mais gente melhor!
Esse tempo curto fez com que só pudéssemos resolver tudo do treino noturno naquele dia. Quase tudo, porque tudo de papel estava pronto, faltava ir lá pra ver se o mapa era compatível com a realidade e marcar os PCs com GPS. Então, depois do almoço, corri com Vitor pra tomar aquele sol na praia... e marcar uns PCs pra nossos atletas. Eram dois PCs pra eles encontrarem rapidinho mas pensamos bem e resolvemos marcar mais quatro pra brincadeira ficar mais gostosa. Daí tivemos outra ideia: formar duplas, fazer uma largada, hum... Corremos pra casa pra conferir o mapa com os pontos do GPS.
Tadeu chegou! Checamos tudo, imprimimos os mapas e já estava na hora de voltar pra colocar as placas, meu Deus! Que correria! Já não dava tempo de Vitor ir junto (alguém tinha que esperar os atletas), então fui eu e Tadeu pra colocarmos os prismas e já ficar por lá mesmo, nos PCs 1 e 5. Putz! Fiz o percurso duas vezes, suei loucamente pra terminar antes de escurecer e ficar no meu ponto antes de 18h, que era o horário combinado.
Enquanto isso... |
Levei lanche e água. A noite caiu, junto com uma chuva leve. O vento resolveu assanhar meus cabelos e me matar de frio. Pois é! Não levei o anorak, e essa largada não começava nunca. A turma pegou o engarrafamento de sexta-feira, o briefing demorou, rolou uma aula de plastificação de mapa "na tora", e esse povo não queria desgrudar do mapa pra largar. Que povo é esse!? Enquanto isso, eu e Tadeu tremíamos de frio.
E eles lá. |
Um segurança do Condomínio próximo tentou me ajudar. Disse que eu poderia ficar no abrigo deles até a chuva passar. Mas todo mundo sabe que, se o PC é ali, não poderia ir pra outro lugar. Então já sabe, fiquei lá. Só pedi um saquinho de supermercado pra não dissolver minha planilha na chuva.
Umas 19:20h, vem uma luzinha balançando. Uma só! Era Mauro com um saco plástico de 100 litros pra eu me vestir. Coisa de Aventureiro do Agreste. Já fizemos muito isso nas provas. A gente sempre ri muito dessas maluquices mas funciona que é uma beleza! Basta abrir três buraquinhos para braços e pescoço e está pronto o anorak super estiloso!
E nossos atletas só começaram a aparecer pelo PC 1, lá pelas 7:40h. Todo mundo embolado, correndo com a faca entre os dentes, numa animação danada! Àquela altura, minhas letras apareciam irreconhecíveis na planilha, de tanta tremedeira. Mas, com a passagem de cada um deles, meu sangue começou a esquentar nas veias. Sentia uma animação que parecia que estava correndo junto com eles. Quando passou a última dupla, corri em direção ao PC5 pra encontrar Tadeu e tentar ajudar a quem porventura precisasse de ajuda. Liguei pra saber o que Vitor achava... Ele me disse que não precisava. A primeira dupla já saía do PC 5. Eles estavam voando, não precisavam de mim, sem dúvida alguma!
Fui pra o PC 6, perto da chegada, onde Gabi já se posicionava. Que corrida emocionante!!! A galera estava levando à sério mesmo!
A primeira dupla chegou em menos de 45 minutos, no percurso de quase 6 km com navegação. Precisavam ver a cara deles. Pareciam crianças que acabavam de chegar do parquinho. Eufóricos, sorridentes, olhos brilhando junto com as lanternas.
Tem sido pra nós uma experiência muito rica, um aprendizado constante, uma felicidade grande compartilhar com essa turma tanta coisa boa.
Depois eu vou contar do nosso treino de bike também.
Um beijo grande!
Comentários
Ansioso para nosso último dia com a mini corrida.
Renato Nascimentos.