Pular para o conteúdo principal

Resenha da NP4- ano 2016




   Vou pular a parte dos elogios e descrição do evento porque essa é a quarta resenha de Noite do Perrengue que faço. Vai ficar repetitivo e eu tô com preguiça. Só digo uma coisa: Daqui a pouco a Noite do Perrengue vira mundial, de tanta gente de fora. Vixe Maria, quanta gente! Teve alguns amigos que nem sabia que estavam lá, só encontrei no outro dia no café da manhã.

Uma penca de Aventureiros do Agreste na NP4
   Fomos pra fazer os 60km. Nem sempre a gente consegue o que quer mas tem que ter objetivo. O que mudar no caminho, administra-se.
   Do emaranhado de trilhas e PCs que estavam no mapa, ainda faltavam os do trekking, que só seriam plotados no PC13. Sentamos, planejamos, guardamos uma caneta em cada mochila pra plotar os PCs de trekking. Levei tanta caneta que ainda emprestei uma pra Claudio, nosso, da Aventureiros do Agreste.
   Morro de medo de largada de bike! Imagina se caio e/ou quebro a bicicleta logo na largada? Gente frouxa tem sair um pouco mais atrás pra não atrapalhar quem é corajoso. E naquela muvuca toda, Vitor sumiu, minha lanterna desconectou e apagou, todo mundo gritava todo mundo.

Cada foto linda de Togumi!
   Ygor, ex-aluno da Escola de Aventura do Agreste (atleta, amigo, competidor) já veio logo me dando esporro numa ladeira:
   - Pesa marcha, pesa marcha!!!
   Foi mal Ygor! Tentava me acalmar com minha lanterna apagada, passei a marcha errada! Ainda bem que essa aula foi de Vitor. Tem que ensinar e aplicar. Esse é o barato da Corrida de Aventura. Na hora do “vamo vê”, todo mundo se atrapalha, erra, cai, tropeça, passa marcha errada, escorrega na navegação. Somos alunos uns dos outros.
   No PC1, no meio do bolo de gente, consegui ajustar minha lanterna da bike. Quando começou o eucalipto ficou gostoso. Lembro sempre das provas da Paletada. Aquele cheirinho é bom demais! Estava me sentindo ótima, achando que estava pedalando horrores! O GPS Track pode acabar com a reputação de qualquer caboclo. Brocamos em baixa, rs!
   A partir dali, cada PC era um flash. As luzes das câmeras brilhavam pelos matos. Quem tivesse perdido se achava, desde que não fosse pra muito longe ou se perdesse de manhã.
   Na saída do PC3, antes da descida pra o charco, a trilha dava uma sumida mas foi só seguir o azimute pra ela aparecer de novo. Lá embaixo, encontramos Fábio e Taty Pinheiro (Rasodacata). Ele perdeu o odômetro e questionou se estávamos indo pegar o 10 e o 11 antes de continuar na sequência. Senti por não termos planejado isso, não fomos. Mas teve um monte de equipes que foi. Possivelmente, ganharíamos tempo com essa estratégia mas nunca se sabe o que pode acontecer. E como diz o meu amigo Gaia, “SE” não ganha prova. Seguimos para o PC4, o 5, o PC6. Fizemos um bate e volta no 6 por achar a trilha mais fácil pra subir pra o 7. Batemos o PC8 bem rapidinho e fizemos um corte de caminho pra o 9. Tudo pelos eucaliptos. Foi lindo nosso corte de caminho!
   Pôxa, eu estava me sentindo uma navegadora de primeira qualidade. Não distrai nem um segundo. Nem Vitor. Com dois mapas e sintonia na navegação fica mais difícil perder o controle.
   Clicamos o PC10. E as trilhas para o 11 estavam quase congestionadas de tanta gente perdida. Passamos sem alarde, chegamos na equina, subimos a ladeira, lá estava o PC. Sim! Estava tudo no lugar certo! Gaia não perdeu nenhum detalhe, as medidas batiam certas. 
   Descemos de volta, seguimos para direita, entramos pela estradinha à esquerda, achamos a bifurcação, descemos pra esquerda. Muito mato, voltamos rapidinho, pegamos a outra trilha, que estava bem melhor. Sinceramente, não sei se precisávamos voltar mesmo...
   Entramos numa trilha um pouco antes para o PC12. Eram uns 250m até a porteira. Não achamos, voltamos. Objetivos na busca, retornamos, não demoramos muito de encontrar a outra trilha uns 20 metros adiante. Fininha, ela se abriu logo em seguida. A porteira! Muitas vozes por perto, muita gente procurando.
O Perrengue da Plotagem
   PC13! Transição para o trekking, plotagem do mapa. As canetas desapareceram. Pôxa vida, levei tanta caneta! Ainda me dei ao luxo de emprestar. Perdemos um tempão esperando alguém terminar pra emprestar. Maurão (Companheiros/R2), sempre gente boa, emprestou pra Vitor plotar o dele. Em seguida chegou o nosso casalzinho preferido do Vale (Thunder Adventure) com minha caneta na mão. Que alívio, estava pelo chão. Sei que perdemos tempo. Vitor até já tinha plotado o mapa dele mas, desculpe parceiro, jamais sairia dali sem marcar o meu. Chegou na hora de sair e eu ainda estava de sapatilhas. Putz! Essa aula da Escola de Aventura do Agreste foi minha, rs!
   O PC14 foi um bom refresco pra nós. Subimos a ladeira em direção ao 15, enquanto algumas equipes desciam de bike, inclusive Mauro e Gabi. Vitor começou a reclamar que eu estava muito devagar na navegação. Só que, antes de ir pra o 15, queria passar no 17... Estava pensando... Precisei explicar que tinha acabado de plotar o mapa e precisava navegar com calma. Do que adianta andar rápido sem saber pra onde está indo? O bom de tudo é que ele já sabe disso, só precisava lembrar. E fomos! Subimos a ladeira e chegamos lá no 17. Numa rápida tentativa frustrada de cortar caminho por uma trilha que nos levava ao PC15, preferimos correr por um trechinho maior pra não perder tempo procurando tanto.
   Direto toda vida, o dia já amanhecia quando caminhávamos pela trilha do PC15. Do fundo da casa, um azimute, e lá estavam as ruínas. E tome-lhe foto! E Mauro e Gabi outra vez. Ali, Vitor questionou se valeu a pena termos pegado o 17 primeiro... Bom... Respostas só na chegada.
   Voltamos para a casa rápido, encontramos a trilha de cerca que nos levava ao PC16. Mais fotos, muita gente perdida de bicicleta por lá. Até passamos pela entrada do 17. Depois, alguns amigos comentaram que quem foi pro 17 por ali demorou mais. Dispensado o PC17!
   Tudo certo, todo mundo no azimute. Encontramos Helinho e Gabi da Makaíra. Por uns dois segundos pensei que estávamos muito bem, rs! Helinho contou que tinham se perdido.  Compartilhamos um lanchinho, enquanto eu me distraía do mapa. A trilha acabou e o mapa virou um emaranhado de linhas na minha frente. Putz! A melhor navegadora do mundo desapareceu! Vou parar de cumprimentar as pessoas no meio da prova... kkkkk! Fiquei confusa. Não fosse Vitor navegando... Por isso que é bom que os dois naveguem. Pode atrapalhar se a equipe não se entender mas também pode ser um trunfo se houver sintonia na conduta. Vitor arrasou no PC 18!
   Cortamos o caminho que planejamos para o PC 19, passamos pelo charco que estava no mapa, Vitor viu a entrada à esquerda mas passamos um pouco porque a contagem de passos estava um pouco à frente. Ali, tivemos um encontro extremamente favorável com Davi e Cássio (da Insanos). Eles voltavam das bandas de lá, dizendo que tinham varrido tudo e não encontraram a trilha. Acreditamos. Indicamos a trilha que encontramos antes, e que eles também já tinham visto, e seguimos por lá, onde estava o PC 19, no meio da mata.
   Chegamos no PC20 às 6:15h da manhã. Uma pena que não deu pra remar. Paciência... Fomos pra transição pegar as bikes pra ir direto pra chegada. Rapaz, que pressa! Tinha uma equipe logo atrás de nós. Uma louca, desvairada, fazendo transição! Vitor se apressou também e quando percebeu, eu já subia a ladeira, cheia de gás. Como se estivesse tudo no começo. 
   O percurso, os erros e até o resultado dessa estória, o GPS Track conta tudo. Dá pra comparar com o desempenho de outras equipes, fazer mil conjecturas e até saber o que a gente estava pensando naquela hora. Embora saibamos que temos muito a melhorar, fizemos nosso trabalho direitinho.
   Quero dizer da nossa satisfação ao encontrar tantos atletas que participaram da primeira turma da Escola de Aventura do Agreste. Dos que contei, estavam presente 11 atletas distribuídos pelas equipes. Eber, Ygor, Luana, Gabriel, Samuel, Angeloni, Adriano, Anderson, Adriano Mello, Branca, Bruno... Além desses, mais as meninas que foram assistir: Deja, Luciana e Jamile. Todos fofos, sorridentes, maravilhosos!
   Obrigada, Ygor, pelo apoio no caminho para o PC 1! Obrigada, Luana e Gabriel, pelo apoio moral no PC13. Obrigada a todos pelo apoio! Vocês fazem parte da nossa história e do nosso aprendizado. Aprendemos muito com a Escola, revivemos nosso começo, nossa essência, nossos valores. Reacendemos a nossa chama. Torcemos por vocês, tenham certeza!
   Terceira das 40 duplas mistas. Segunda equipe do percurso .40. E esse nosso lugar no pódio dedico a vocês, que nos impulsionaram a começar o ano com essa energia tão boa, com a nossa essência em dia!
   Parabéns para Equipe NP4! Que nunca subestimemos a navegação das provas de Corrida de Aventura! Se não tiver navegação vira prova balizada. 
   
A alegria do pódio.
   Ao nosso treinador, Fernando Tadeu, obrigada pelo incentivo de sempre! À nossa Aventureiros do Agreste, todo nosso respeito e bem querer! 
   Vejam todas as fotos no site da Adventuremag. Estão lindas!
   


Comentários

Lucy disse…
Lulu, vi o percurso de vocês no GPS. A estratégia foi muito boa mesmo!
Parabéns pela corrida e pelo resultado! Mil beijos
Luana disse…
Parabéns!! Vcs inspiram! Quando vi vcs chegando não me contive, kkkk, virei uma líder de torcida!!
Luciana disse…
Fofas, Lu e Lu! Obrigada, torço por vocês!
Unknown disse…
Parabéns Lu! Sem sombras de dúvidas toda a equipe dos Aventureiros do Agreste são exemplos a se inspirar quando se trata de corrida de Aventura. O resultado está aí no pódio! Rsrs.

Postagens mais visitadas deste blog

DS 2024- Casa Nova 100km ou mais

     Uma das provas mais esperadas do ano! Seja pelo sertão, pelo Rio São Francisco, o churrasco de bode, a festa da largada, o carisma da organização ou mesmo pela paixão por esse esporte extremamente desafiador, os atletas comparecem em peso! O Desafio dos Sertões consegue ser sofrido e gostoso ao mesmo tempo! Leva a gente ao extremo, tira nosso sangue, rouba nossa alma, nossa pele e nossas unhas, mas nós não perdemos por nada!    Nessa Bahia imensa de meu Deus, gastamos mais de 11 horas de viagem até Casa Nova, com direito a uma dose extra de adrenalina, antes mesmo de começar a prova! A bicicleta de Vitor tentou se jogar do carro. Quando olhamos pro lado, ela estava acenando pela janela. Que susto! Enquanto os meninos terminavam de retirar a bike do carro, catavam os pedações do rack pela estrada e arrumavam um jeito de resolver o problema, fiquei dentro do carro até parar de tremer. Foi melhor! Quando saí estava quase tudo organizado, remendado e a viagem garantida sem avarias.

UTCD 2023- 80km

   Não tenho um pingo de vergonha na cara. Da última vez que fiz a Ultra Trail Chapada Diamantina (UTCD), disse que machucava muito os pés e que preferia fazer Corrida de Aventura… Como se Corrida de Aventura machucasse menos. 😂    Esse ano, eu corri todas as provas do Campeonato Baiano de Corrida de Aventura, menos a Expedição Mandacaru, porque estou envolvida na organização. Então, pra fechar com chave de ouro o meu ano esportivo e comemorar meus 52 anos, decidi correr a UTCD.     Tudo bem! Eu amo correr, mas precisava ser 80km? Aí é que vou contar pra vocês…    Já que eu estava indo e já tinha feito 50km, decidi me desafiar nos 80. Fiz minha inscrição e ainda joguei minha filha no bolo, nos 35km, que depois ela mudou pra 14, por que não estava com tempo pra treinar o suficiente. Eu queria brincar o brinquedo todo!    Depois de um fim de semana de muito movimento na Expedição Mandacaru, lá estávamos nós, na semana seguinte, acampados em Mucugê, de mala e cuia, com boa parte da famíl

Domingão na Cachoeira do Urubu

No sábado, depois da Festa de São João da escola das crianças, arrumei a bagagem de todos, incluindo Totó, e fui despachando em Salvador. A vida sem Neusinha fica um tantinho mais agitada. Primeiro ficou o cachorro, depois despachei os filhos e fui me alojar na casa da titia para não ter que voltar pra casa. Titia queria dormir na sala, alegando que seu ronco incomodava. Como sou uma sobrinha muito legal, me recusei a deixá-la ir. Afinal, raramente durmo em sua casa. Resultado: Titia virou um dinossauro ao adormecer e eu nem imaginava que passaria a noite inteira acordada, rolando na cama com aquele som estrondoso em meus ouvidos. Bom! Pelo menos ela dormiu bem e ainda ficou feliz com a minha companhia. Levantei bem cedinho (nem dormi mesmo!) e peguei Ni em sua casa. Estacionamos ao fundo do Iguatemi e ficamos um tempo ali, esperando a chuva passar, jogando conversa fora. Aproveitei para dizer, sem querer assustá-la, que nenhuma aventura comigo é sem emoção. Sempre acontece uma coisin