Vou pular a parte dos elogios e descrição do evento porque
essa é a quarta resenha de Noite do Perrengue que faço. Vai ficar repetitivo e
eu tô com preguiça. Só digo uma coisa: Daqui a pouco a Noite do Perrengue
vira mundial, de tanta gente de fora. Vixe Maria, quanta gente! Teve alguns amigos
que nem sabia que estavam lá, só encontrei no outro dia no café da manhã.
Uma penca de Aventureiros do Agreste na NP4 |
Fomos pra fazer os 60km. Nem sempre a gente consegue o que
quer mas tem que ter objetivo. O que mudar no caminho, administra-se.
Do emaranhado de trilhas e PCs que estavam no mapa, ainda
faltavam os do trekking, que só seriam plotados no PC13. Sentamos, planejamos,
guardamos uma caneta em cada mochila pra plotar os PCs de trekking. Levei tanta
caneta que ainda emprestei uma pra Claudio, nosso, da Aventureiros do Agreste.
Morro de medo de largada de bike! Imagina se caio e/ou
quebro a bicicleta logo na largada? Gente frouxa tem sair um pouco mais atrás
pra não atrapalhar quem é corajoso. E naquela muvuca toda, Vitor sumiu, minha
lanterna desconectou e apagou, todo mundo gritava todo mundo.
Cada foto linda de Togumi! |
Ygor, ex-aluno da Escola de Aventura do Agreste (atleta, amigo, competidor) já veio logo me dando esporro numa ladeira:
- Pesa marcha, pesa marcha!!!
Foi mal Ygor! Tentava me acalmar com minha lanterna apagada, passei a marcha errada! Ainda bem que
essa aula foi de Vitor. Tem que ensinar e aplicar. Esse é o barato da Corrida
de Aventura. Na hora do “vamo vê”, todo mundo se atrapalha, erra, cai, tropeça,
passa marcha errada, escorrega na navegação. Somos alunos uns dos outros.
No PC1, no meio do bolo de gente, consegui ajustar minha
lanterna da bike. Quando começou o eucalipto ficou gostoso. Lembro sempre das
provas da Paletada. Aquele cheirinho é bom demais! Estava me sentindo ótima,
achando que estava pedalando horrores! O GPS Track pode acabar com a reputação de qualquer caboclo. Brocamos em
baixa, rs!
A partir dali, cada PC era um flash. As luzes das câmeras
brilhavam pelos matos. Quem tivesse perdido se achava, desde que não fosse pra
muito longe ou se perdesse de manhã.
Na saída do PC3, antes da descida pra o charco, a trilha
dava uma sumida mas foi só seguir o azimute pra ela aparecer de novo. Lá
embaixo, encontramos Fábio e Taty Pinheiro (Rasodacata). Ele perdeu o odômetro e questionou
se estávamos indo pegar o 10 e o 11 antes de continuar na sequência. Senti por não termos
planejado isso, não fomos. Mas teve um monte de equipes que foi. Possivelmente,
ganharíamos tempo com essa estratégia mas nunca se sabe o que pode acontecer. E
como diz o meu amigo Gaia, “SE” não ganha prova. Seguimos para o PC4, o 5, o
PC6. Fizemos um bate e volta no 6 por achar a trilha mais fácil pra subir pra o
7. Batemos o PC8 bem rapidinho e fizemos um corte de caminho pra o 9. Tudo
pelos eucaliptos. Foi lindo nosso corte de caminho!
Pôxa, eu estava me sentindo uma navegadora de primeira
qualidade. Não distrai nem um segundo. Nem Vitor. Com dois mapas e sintonia na
navegação fica mais difícil perder o controle.
Clicamos o PC10. E as trilhas para o 11 estavam quase
congestionadas de tanta gente perdida. Passamos sem alarde, chegamos na equina,
subimos a ladeira, lá estava o PC. Sim! Estava tudo no lugar certo! Gaia não
perdeu nenhum detalhe, as medidas batiam certas.
Descemos de volta, seguimos para
direita, entramos pela estradinha à esquerda, achamos a bifurcação, descemos
pra esquerda. Muito mato, voltamos rapidinho, pegamos a outra trilha, que
estava bem melhor. Sinceramente, não sei se precisávamos voltar mesmo...
Entramos numa trilha um pouco antes para o PC12. Eram uns
250m até a porteira. Não achamos, voltamos. Objetivos na busca, retornamos, não
demoramos muito de encontrar a outra trilha uns 20 metros adiante. Fininha, ela
se abriu logo em seguida. A porteira! Muitas vozes por perto, muita gente
procurando.
O Perrengue da Plotagem |
PC13! Transição para o trekking, plotagem do mapa. As canetas desapareceram. Pôxa vida, levei tanta caneta! Ainda me dei ao
luxo de emprestar. Perdemos um tempão esperando alguém terminar pra emprestar.
Maurão (Companheiros/R2), sempre gente boa, emprestou pra Vitor plotar o dele.
Em seguida chegou o nosso casalzinho preferido do Vale (Thunder Adventure) com
minha caneta na mão. Que alívio, estava pelo chão. Sei que perdemos tempo. Vitor
até já tinha plotado o mapa dele mas, desculpe parceiro, jamais sairia dali sem
marcar o meu. Chegou na hora de sair e eu ainda estava de sapatilhas. Putz!
Essa aula da Escola de Aventura do Agreste foi minha, rs!
O PC14 foi um bom refresco pra nós. Subimos a ladeira em
direção ao 15, enquanto algumas equipes desciam de bike, inclusive Mauro e
Gabi. Vitor começou a reclamar que eu estava muito devagar na navegação. Só que, antes de ir
pra o 15, queria passar no 17... Estava pensando... Precisei explicar que tinha
acabado de plotar o mapa e precisava navegar com calma. Do que adianta andar rápido sem
saber pra onde está indo? O bom de tudo é que ele já sabe disso, só precisava lembrar. E fomos! Subimos a ladeira e chegamos lá no 17. Numa
rápida tentativa frustrada de cortar caminho por uma trilha que nos levava ao PC15,
preferimos correr por um trechinho maior pra não perder tempo procurando tanto.
Direto toda vida, o dia já amanhecia quando caminhávamos pela trilha do PC15. Do fundo da casa, um azimute, e lá estavam as ruínas. E tome-lhe foto! E Mauro e Gabi outra vez. Ali, Vitor questionou se valeu a pena
termos pegado o 17 primeiro... Bom... Respostas só na chegada.
Voltamos para a casa rápido, encontramos a trilha de cerca
que nos levava ao PC16. Mais fotos, muita gente perdida de bicicleta por lá. Até passamos pela entrada do 17. Depois, alguns amigos
comentaram que quem foi pro 17 por ali demorou mais. Dispensado o PC17!
Tudo certo, todo mundo no azimute. Encontramos Helinho e
Gabi da Makaíra. Por uns dois segundos pensei que estávamos muito bem, rs! Helinho
contou que tinham se perdido. Compartilhamos um lanchinho, enquanto eu me
distraía do mapa. A trilha acabou e o mapa virou um emaranhado de linhas na minha frente.
Putz! A melhor navegadora do mundo desapareceu! Vou parar de cumprimentar as pessoas no meio da prova... kkkkk! Fiquei
confusa. Não fosse Vitor navegando... Por isso que é bom que os dois naveguem.
Pode atrapalhar se a equipe não se entender mas também pode ser um trunfo se
houver sintonia na conduta. Vitor arrasou no PC 18!
Cortamos o caminho que planejamos para o PC 19, passamos
pelo charco que estava no mapa, Vitor viu a entrada à esquerda mas passamos um
pouco porque a contagem de passos estava um pouco à frente. Ali, tivemos um
encontro extremamente favorável com Davi e Cássio (da Insanos). Eles voltavam
das bandas de lá, dizendo que tinham varrido tudo e não encontraram a trilha.
Acreditamos. Indicamos a trilha que encontramos antes, e que eles também já tinham
visto, e seguimos por lá, onde estava o PC 19, no meio da mata.
Chegamos no PC20 às 6:15h da manhã. Uma pena que não deu pra
remar. Paciência... Fomos pra transição pegar as bikes pra ir direto pra
chegada. Rapaz, que pressa! Tinha uma equipe logo atrás de nós. Uma louca, desvairada, fazendo transição! Vitor se apressou também e
quando percebeu, eu já subia a ladeira, cheia de gás. Como se estivesse tudo no
começo.
O percurso, os erros e até o resultado dessa estória, o
GPS Track conta tudo. Dá pra comparar com o desempenho de outras equipes, fazer mil conjecturas e até saber o que a gente estava pensando naquela hora. Embora saibamos que temos muito a melhorar, fizemos nosso trabalho direitinho.
Quero dizer da nossa satisfação ao encontrar tantos atletas
que participaram da primeira turma da Escola de Aventura do Agreste. Dos que
contei, estavam presente 11 atletas distribuídos pelas equipes. Eber, Ygor,
Luana, Gabriel, Samuel, Angeloni, Adriano, Anderson, Adriano Mello, Branca,
Bruno... Além desses, mais as meninas que foram assistir: Deja, Luciana e
Jamile. Todos fofos, sorridentes, maravilhosos!
Obrigada, Ygor, pelo apoio no caminho para o PC 1! Obrigada,
Luana e Gabriel, pelo apoio moral no PC13. Obrigada a todos pelo apoio! Vocês fazem parte da nossa
história e do nosso aprendizado. Aprendemos muito com a Escola, revivemos nosso
começo, nossa essência, nossos valores. Reacendemos a nossa chama. Torcemos por vocês, tenham certeza!
Terceira das 40 duplas mistas. Segunda equipe do percurso .40.
E esse nosso lugar no pódio dedico a vocês, que nos impulsionaram a começar o
ano com essa energia tão boa, com a nossa essência em dia!
Parabéns para Equipe NP4! Que nunca subestimemos a navegação
das provas de Corrida de Aventura! Se não tiver navegação vira prova balizada.
A alegria do pódio. |
Ao nosso treinador, Fernando Tadeu, obrigada pelo incentivo de sempre! À nossa Aventureiros do Agreste, todo nosso respeito e bem querer!
Vejam todas as fotos no site da Adventuremag. Estão lindas!
Comentários
Parabéns pela corrida e pelo resultado! Mil beijos