Muitos Aventureiros do Agreste se embrenharam pelos matos nesse fim de semana. Tadeu correu com Ígor, Mauro com um outro Ígor, Manu foi com Ítalo, Fernando com a namorada Adriana, Lucy levou Vânia(outra dupla feminina) e eu com Gabi de Penélopes.
Lá estávamos nós, na linha de largada da Explorer. Pena que poucas mulheres se aventuram a correr sozinhas e o resultado é que somos inseridas na categoria de duplas mistas.
Gabi é uma figura! Sem treino havia 15 dias, mas tira o sangue de onde não tem pra competir. Eu nem preciso falar... sempre quero ficar ali, no meio do bolo. Não tem jeito! Somos movidas a pilha! Claro que em Corrida de Aventura nunca se sabe o que pode acontecer. Cantar de galo antes de terminar uma prova é uma grande falta de noção das variantes.
O primeiro trecho da prova era um trekking dentro da Fazenda São Lucas, na Linha Verde, em Sauípe. Junto com as mais de 30 duplas, entre meninos e meninas, saímos no trotezinho para achar o PC1, que ficava num cruzamento de trilhas bem marcadas. Passando entre dois lagos, numa clareira depois da trilha, estava o PC2. O mapa tava tão bem feito que não dava pra errar muita coisa. Coqueiral, vegetação densa, lagos, eucalipto, estava tudo desenhado.
O PC3 ficava numa área alta no meio do coqueiral. E, no meio da galera, estava a Srta. Lucy Helena numa ousadia só! Vocês sabem? Aquela Penélope que estava fazendo umas provas de orientação comigo pra aprender a navegar! Toda vez que a gente se encontrava eu dizia do seu atrevimento. E não foram poucas vezes que nos encontramos. Elas pegaram vários PCs em nossa frente. Está navegando horrores! Eu criei um monstro!
PC4 na beira do riacho. E o 5 traquilex! Maaaaas, pra não dizer que não teve emoção, perdemos a trilha de volta pra fazenda. RS! Fiz um azimute e caí pra dentro do mato. Gabi dizia: “Lu! Você tem certeza de que é por aqui? Estamos fazendo muito zig zag.” Tava tudo dominado! No final do matagal todo, apareceria uma estradinha. A estrada apareceu depois que arranhamos até a alma. A perna de Gabi escorria sangue. Eu tinha espinhos nos tornozelos que pareciam agulhas de acumpultura. Fui tirar o último em casa, já enrolada na coberta pra dormir.
O calor tava demais! Um abafamento doido! E para a alegria do povo e a felicidade geral da nação, tinha um chuveirão no PC6. Um chuveirão delícia! Gabi ainda teve tempo de paparicar os filhotes lindos que fizeram o maior sucesso durante a prova.
Já de bicicleta, entramos numa trilha com bastante areia e umas ladeirinhas boas. O sol derretia nossos miolos! Faltou sombra naquele lugar. Para onde foram as árvores? Batemos o PC7 depois de Lucy, inclusive, rs! Ela já estava saindo quando chegamos lá. No caminho para o PC8 tivemos a companhia de umas duplas que ficavam competindo as ladeiras com a gente. Aproveitamos para comprar um guaraná ultra-gelado numa venda (na roça não é bar, é venda) ao lado da igreja/PC e dividimos com a galera toda.
O PC9 era uma área de transição para trekking e mudança de mapa. Essa do mapa foi ótima! Eu enxerguei o mapa de 1:7500 como um de 1:75000. Fiz todas as contas como se fosse andar muito mais. RS! Quando descemos a trilha, logo percebi o erro porque a vegetação mudou e tudo chegou muito antes do previsto. O detalhe é que, antes de largar, Mauro chegou atrasado ao briefing e pegou meu mapa pra copiar. KKKK! Fiquei imaginando a cara de “nada” que ele deve ter feito quando percebeu que fiz tudo errado!! Deve ter se retado!
Vamos lá! PC10 beleza! PC11 era a parada para tiroleza, canoagem e natação. Gabi foi para a tiroleza, eu nadei. Só que ela deu uma caruara lá em cima! Achei estranho não vê-la descendo, já que é bem mais corajosa do que eu, enquanto duas pessoas que chegaram depois faziam o percurso. Mas, no fim das contas, deu tudo certo! Ela desceu e pronunciou todos os palavrões do universo. E ainda foi paparicar as crianças pra relaxar, enquanto eu tava lá esperando pra remar. RS! Uma cara de pau!
Aí a canoa canadense quase virou com as Penélopes do Agreste! Cheias de técnica e de ginga, o que era pra ser uma voltinha no pau da bandeira, demorou um pouquinho. De lá fizemos mais uns trechos lindos de trekking. Era um lugar cheio de trilhas, com pontes estreitas, riachos, subidas, descidas e muita árvore. E enquanto a gente andava, tricotava. Teve uma hora em que fomos conversando e passando do caminho. Gilson, Calangos, quem gritou: “Ei! Vão pra onde!?” Mulher quando se junta é uma viagem! Coisa é quando correm as quatro!
O arvorismo foi no PC17. Eu subi lá cheia de molejo pela escada toda bamba! Depois de muito balançar por cima daquelas árvores, desci de rapel e fomos embora para o PC18. Íamos pela trilha mais marcada, mas Gabi me convenceu a pegar o caminho mais curto, já que o rio era raso. Ótima sugestão!
PC18, PC19, onde voltamos para as bikes no meio de um monte de equipes. Ali estavam mais duas(equipes mistas) que competiam diretamente com a gente o segundo lugar na prova. Nesse momento, todo mundo botou sangue no olho e começou a pedalar com mais força. Pra pegar os PCs 20 e 21 foi uma correria. Faltavam menos de 3km de asfalto para a chegada quando Gabi começou a gritar com câimbra. Nossa! O sofrimento de uma pessoa com câimbra é horrível! Incrível como conseguiu superar! Procuramos ficar tranqüilas, não parar, pedalando mais devagar, fazendo vácuo. Eu também não tava essas “coca-cola” toda! Mas, mesmo assim ainda ficamos a apenas 1 minuto do terceiro colocado.
Foi uma ótima prova! Corrida de Aventura é tudo de bom! Esse contato com a natureza recarrega todas as energias. E quem precisa de terapia fazendo um esporte desses?
Comentários
Bjs
Obrigada Marisa pelo apoio e pelo comentário! Beijos!