Às vésperas do Ecomotion, nem preciso dizer que sábado tem treino. Chova ou faça sol! O serviço de meteorologia e o surfista Fred avisaram que a chuva cairia! Vocês viram que agora é vento sul?? Nem eu! Mas o Fred sabe! Coisas de surfista!
Mauro me ligou cedinho pra avisar que foram muitos relâmpagos à noite, arrumando desculpa pra não treinar. Tava doida pra continuar a minha soneca, não posso mentir! Ligou pra Scavuzzi, que já estava dentro do carro, irredutível. Treinaria mesmo que chovesse canivetes! O Fred mandou uma mensagem, dizendo que tava chovendo muito, logo, não iria.
Marcamos então na rua K. O pedal estava certo! Remo, só se o mar não estivesse muito nervoso.
Quando cheguei lá, Scavuzzi estava montando sua bicicleta embaixo de um guarda-chuva verde "lusqui-fusqui". Mauro tava embaixo da chuva mesmo, tentando trocar o pedal simples para pedal de clip. Só choviscava. Montei a minha bike no chovisco mesmo e fui dividir o guarda-chuva com Scavuzzi. Mauro ainda insistia em tirar o pedal, embora nem soubesse se a rotação que estava fazendo apertava ou folgava o pedal.
Assim que a chuva virou um "toró" (em baianês significa chuva muito forte), corremos pro meu carro. Ficou tudo do lado de fora mesmo! Se o ladrão resolvesse aparecer às 7 da manhã na rua K, estava feito. Que pessoal sem noção! Em reunião extraordinária dentro do carro, conversamos sobre marketing, logística, uniformes, equipamentos e todos os detalhes da prova. Tinha até caneta e papel para ata!
A chuva melhorou um pouco. Não dava mais pra enrolar. Pedalamos até o terminal de cargas do aeroporto, onde fica mais seguro dar umas voltas. Mas, até lá não tem nada seguro! É selvageria pura! A água que estava no chão vinha toda pra nossa cara! Os motoristas não tem nenhuma pena de jogar o carro na poça d'água e nos dar um banho de água suja. Quando não jogam o carro em cima da gente! O movimento de carros começa a aumentar depois das 7h por essas bandas. E poucos respeitam os ciclistas aqui na Bahia.
Fizemos umas voltas pelo terminal de cargas e voltamos para a consulta com a nossa nutricionista, Ana Leiro. Só que a pessoa não pode chegar na casa dos outros daquela maneira! Toda molhada, suja de areia, graxa de bicicleta, cabelo embolado. Levei um kit de emergência e troquei de roupa dentro do carro. Ainda ficou areia em vários lugares. O cabelo não teve jeito não! Ficou embolado. Os meninos também se trocaram! Tá pensando!? Eu que não levasse uma muda de roupa! Ainda passamos na padaria pra tomar café com leite.
Chegamos em Ana, Fred já estava lá, todo limpinho. Conversamos bastante! Scavuzzi precisava ser avaliado, e sua alma também. Já contei que Ana avalia a alma da pessoa?? Pois é! Ela olha até a alma! E a conversa acabou depois de meio-dia, ao som de Pepeu Gomes, comendo passas, castanhas e ameixas. Então, cada um foi cuidar de suas vidas, de suas famílias, de suas casas. E a chuva continuou!
Comentários
Primeiro, parabéns. Achei seu blog não sei como num desses clicar de links em links. Seu jeito de viver e de relatar a vida é emocinante. Dá para me familiarizar com a rotina de uma mulher comum e com os desafios que não deixa de encarar, tornando-se uma mulher especial. Já li muita coisa aqui e de vez em quando fuço postagens passadas, como fiz agora. Sobre essa em especial, gostaria de compartilhar a sensação de insegurança ao andar de bike no trânsito de Salvador. Moro em São Cristóvão, nas próximidades do Aeroporto e conheço o caminho que fez e a rotina do horário por lá. É realmente um ato de coragem andar de bike por ali. Eu ainda não encarei. Confesso que não sou tão corajosa assim. Como não é sempre que tenho companhia, prefiro encarar a Alameda da Praia que tem ciclovia e ir margeando a praia até Ipitanga ou Praia do Flamengo (depende da necessidade de ficar sozinnha que tenho de vez em quando)pelas ruas de dentro de Stella Maris para me livrar do trânsito intenso. Tem até uma estradinha de terra entre Stella e Praia do Flamengo.
Parabéns e espero um dia cruzar com vc numa dessas aventuras;.