Perdidos do Agreste
Tudo combinado para o Enduro Sauípe Daventura. Finalmente, conseguimos trazer Nirlene para correr no mato. Montamos uma pequena equipe de 3 amigos do trabalho: Eu, ela e Fred.
Objetivo: RIR!
Verdade! O combinado foi esse! "Vamos dar umas risadas no fim de semana?!!"
Chegando lá, nada sabíamos fazer. Não vimos planilha, nem sabíamos como, exatamente, o jogo funcionava.
O Enduro é uma prova de regularidade feita a pé. Você tem que ir de um ponto até o outro numa velocidade 'tal' e num tempo 'tal', indicado por uma planilha super detalhada. Na verdade, verdade, verdadeira, a gente não tava se preocupando com isso. Massss, se você entra num jogo, obviamente, deve saber como jogar. Então fomos lá saber qual era.
Sempre me admira a organização do pessoal da Daventura. Eles são super profissionais! O lugar escolhido foi um Condomínio dentro do Complexo de Costa do Sauípe. Muito bacana mesmo! Largada na área do Clube.
Chegou logo nossa hora de partir.. meio desnorteados, literalmente. A planilha não é igual a um mapa de Corrida de Aventura. Você vai vendo onde entra, onde vira, passo a passo, vivendo um momento de cada vez. Muito simples e bem lento. É trekking, não é corrida. A cada trecho tem lá escrito a quantos metros por minuto deve ser a caminhada.
Começamos dentro do Condomínio, brincando de escolher as casas que íamos comprar. Depois pegamos uma estrada de barro.
Entramos num mato, sem necessidade, que nada tinha a ver com o percurso. E a culpa foi de uma equipe que tava em nossa frente. Eles falavam com tanta certeza, pareciam tão seguros, que seguimos as criaturas por uma mata fechada. (Sou uma cara de pau! Ainda culpando os outros pelos nossos erros!) Foi até divertido entrar no mato! Eu gosto disso! Ni começou a achar aquilo muito esquisito, rs! Percebemos a merda que estávamos fazendo e saímos de lá sem demora. Fred se retou e disse: "Vamos sair daqui agora!"
Dali em diante, não erramos mais. Resolvemos fazer a prova sem colar no amiguinho. Entendemos que o caminho era simples e que não precisávamos complicar nada. Não tinha mato nenhum pra gente entrar. RS! Uma pena, inclusive!
Então aumentamos um pouco a velocidade pra recuperar o tempo perdido. A planilha mandava a gente andar a 70m/min naquele trecho. Depois de uns 10min dentro do mato, tínhamos que apressar um pouco o passo. Sim! Acho que sim! Quem sabe como se anda a 70m/min?? Não quero me gabar não, mas a gente sabe andar a km/h. O que acaba dando no mesmo.. rs! Tinhamos que usar calculadora pra fazer todas as contas da planilha. 'Tico e Teco' precisavam fazer um condicionamento prévio pra converter tudo isso.
Acho que o mais difícil no Enduro a pé é manter a velocidade determinada na planilha para chegar nos trechos na hora certa. Minto! Tem que ser no minuto certo. Tem até uns trechos em que a gente precisa contar passo e escrever na planilha quantos metros andou.
Ora areia fofa, ora terra batida. E tinha velocidades diferentes para cada momento. Nirlene, de quando em quando, conferia se a barriga dela tinha diminuído. Eu ficava tentando contar os passos e me distraía com as gargalhadas. Fred pedia pra eu me concentrar na hora de aferir a distância. Nessa hora ficava todo mundo calado pra não ter que voltar tudo. Correr com gente competitiva é uma coisa! Já estávamos levando a sério a brincadeira.
A prova teve várias passagens com paisagens de tirar o fôlego! A primeira parada, por exemplo, foi numa casa no alto de um morro, de onde dava pra ver o mar, o rio, o céu azul maravilhoso. Aproveitamos para tirar fotos e fazer palhaçadas. Também tinha água, suco, tangerina, biscoito, barra de cereal. O negócio foi chique mesmo!
Depois descemos para o rio, onde fizemos a travessia em caiaques. Tínhamos que molhar os pés pra ficar mais divertido! Ni e Fred foram num barco e eu fui em outro. Eram barcos presos um no outro. O abestalhado remou tão rápido que acabei sendo rebocada 'dis costas', do meio do caminho até o fim. Tudo bem! Vou perdoar!
Outra vez no Condomínio, pegamos uma ponte lindíssima que atravessava o rio para chegar nas dunas e no mar. Pausa para fotos! E concentração para contar os passos nesse trecho.
Fizemos uma costeira na areia fofa. Ni começou a reclamar que já estava na hora de parar com a brincadeira, rs! Mesmo assim ela rebolava, brincava e a gente dava muita risada. Fred já estava se achando 'o navegador'. De lá até o fim, foi bem traquilo! Andamos pela sombra até a chegada.
Outra coisa massa foi a chegada! Descobrimos que a inscrição incluía um churrasco. Ou seja, além de todo o lanche da trilha, tinha uma churrascada nos esperando. Maravilha! Teve banho de piscina e churrasco do Gibão de Couro pra gente se esbaldar. Conversamos, brincamos, encontramos outros amigos, comemos e voltamos pra casa felizes da vida, depois de um fim de semana diferente do tudo o que já tínhamos feito em nossas aventuras. Agora que entendemos, na próxima faremos aqueles benditos calculos da planilha, antes da prova!
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