Pular para o conteúdo principal

Carrasco 2022- Araçás/Itanagra- 60km

 


“Não tenhamos pressa mas não percamos tempo.”   José Saramago

A Carrasco marcou a minha vida. Aliás, foi a Corrida de Aventura que mudou a minha vida. A de Santa Terezinha foi minha segunda prova, a primeira de 160km, inclusive completamos, onde todas a minhas configurações de limites e desafios foram atualizadas! Foi na Carrasco que descobri que conseguia ficar duas noites sem dormir. Naquela época, a minha iluminação não dava conta de um palmo à frente do nariz. Nos 20km de canoagem em corredeira, pela noite afora, rezei o Pai Nosso, sequencialmente, por ao menos 100 vezes. Pedalamos em Santa Terezinha, no tempo em que as subidas intermináveis eram conhecidas por poucos. Só pedia a Deus pra amanhecer, porque pedalava horrivelmente de dia, imagina de noite. Ah! E o carrinho de rolimã com medo do trem passar? E quando saímos da linha do trem, exatamente às 8h da manhã, lá veio ele. Enfim, de lá pra cá, minha história e a Corrida de Aventura se emaranharam e até hoje tô aqui.

Minha participação em Quarteto PRO deixou de acontecer por uma sucessão de acontecimentos que não dou conta de escrever tudo aqui. O que resultou no convite pra Jana fazer a prova de 60km comigo. Detalhe que tenho quase dez anos sem fazer uma Corrida de Aventura de menos de 100km.

Janoca foi da Turma 7 da Escola de Aventura, assim como a Coelhada toda- leia-se família Coelho com marido (João) e os 2 filhos (Dudu e Juju). Pode convidá-la pra festas, batizados, confraternizações, café da tarde, Triatlos, Corridas de Aventura, Corridas de Rua, Trail Run, Natação, Farol a Farol, passeio de lancha, etc. Mas tudo na “cachorrada”, nada de muita fazer muita força! Em reposta ao convite, alegou que eu morreria de raiva, que andava devagar, que não tinha muito treino... Então fechamos aquela Corrida na maciota, no sapatinho, mas até o fim.

Como tenho família em Alagoinhas, não precisamos ficar num hotel 5 estrelas mas foi quase isso. Nós 8! Fazia tanto tempo da minha última visita que, passar a noite lá fez um bem danado ao meu coração!

Sexta tarde, Araçás, kits na escadaria colorida, fotos oficiais, encontro com os amigos, briefing, mapas... e voltarmos pro macarrão que nos esperava pro jantar.

Sábado, Penélopes do Agreste- Eu e Janaína Coelho- Carrasco, Categoria OPEN 60km

LARGADA- ROGAINE

Em Araçás, perto das 9h, começamos pelo prisma 35, pra depois seguir pros demais, que estavam mais distante. Deixei Jana na esquina, enquanto fui pra pista pegar os outros 4, dos 5 PCs propostos no Rogaine, que foram distribuídos pela cidade. Subi rápido pro 31, passei direto pelo dito cujo. Bom pra eu tomar vergonha na cara e prestar atenção no que tava fazendo. Daí então, não vacilei mais. Na sequência, 32, depois o 34, que estava num lugar bem alto, com uma cerca pra pular. Já o 33 ficava no meio da escadaria colorida, onde os fotógrafos nos esperavam! Rogaine concluído com sucesso, correndo loucamente pela rua, ladeira abaixo, catei Jana na frente da creche, conferimos os prismas... Numa alegria tão grande que eu, crente e abafando, achei que já ia pra bike. 😅


TREKKING

Partimos pro trekking. Descemos a ruazinha ao lado da prefeitura, pegamos uma trilha, no equilibramos pelo tronco que servia de ponte pra atravessar o rio e seguimos pela beira do charco pra achar a subida pro PC2. Ficou bem íngreme, escorregadio e cheio de mato. O mato fechou, abriu, fechou, o platô chegou, a mata aumentou, fomos abrindo passagem, até que o PC apareceu com uma camisa azulzinha. PC Gente! Era assim que a gente chamava quando o PC era presencial. Bons tempos que a Carrasco nos trouxe de volta!

Tinha planejado continuar na trilha pelo outro lado do morro, entretanto, mudei de ideia porque não quis nem perder tempo procurando, já que podíamos voltar pela mesma trilha, mesmo charco. Coladinhas no rio, catamos a trilha que subia até a cruz e lá fomos nós encarar outra pirambeira. Topo do Morro, Cruzeiro encontrado, PC ok! Voltamos pra pracinha outra vez, onde estavam as bicicletas.

Além de contar com uma torcida particular, com o apoio de Martins e João, pudemos deixar alguns itens no carro e carregar pouca coisa no trecho de bike. Nunca mais tinha pedalado sem ter que carregar o tênis na mochila. Ô coisa boa! Fiz prova com uma mochila de Trail bem piquititita.

MOUNTAIN BIKE

O caminho pro PC5 foi tranquilex! Seguimos por uma ruazinha até sair da cidade, pegamos a bifurcação à esquerda, depois outra, e mais um pouquinho. Tudo batendo direitinho, fomos pro PC6 por uma trilha bem sombreada, muito molhada, cheia de lama. Fizemos a volta pela vegetação mais densa, até chegar na estrada. Pelo caminho, muito amigos, várias equipes, muita resenha. Paramos pra um lanchinho na beira da estrada, depois seguimos por pequeno trecho de asfalto, só pra atravessar pra outra estrada de barro.

Mesmo com bastante lama e algumas ladeiras pra dar uma dificultada em nossa vida, não pudemos deixar de contemplar a paisagem. Sentimos por não termos levado a câmera fotográfica pra registrar aqueles momentos mas, a gente já sabe mas não custa lembrar, que os melhores momentos, não são registráveis.

Chegamos ao PC6, na casinha, onde aproveitamos pra fazer um Pit Stop! Do 6 pro 7 foi facinho e pertinho. Janoca parecia confortável e confiante com minha navegação, não parecia estar sofrendo com a prova, embora dissesse que estava. Uma cara booaa! Depois de umas duas horas perguntando se ela estava bem de 5 em 5 minutos, percebi que não precisava me preocupar. Ela sabia administrar muito bem o cansaço.

O mapa estava demais! Impecável mesmo! Com referências pra todo lado, ponte, cerca, vegetação... Paulinho só faltou botar as vacas, de tanto preciosismo. Olha que sempre digo: mapa não foi feito pra gente se perder, foi feito pra gente se achar! Por falar em vaca, depois eu conto...

O moço do sitiozinho do PC7 disse que só a gente, até aquele momento, entrou por uma trilha e saiu pela outra. Que sabidas!

Gravar o nome da Fazenda com nome de chuva no PC8 teve um tom de deboche. A chuva e o sol estavam numa briga ferrenha. São Pedro passou 24 horas sem decidir se molhava ou se secava nossas roupas. Lembrei da BAR. Chovia, parava, chovia, parava, nuvens escuras apareciam no horizonte, o toró caía novamente.

Apesar das ladeiras um pouco mais íngremes no começo desse trecho até o PC9, usufruímos de todos os embalos das descidas. Tudo estradão até chegar em Itanagra, na mudança de modalidade pro trecho de boia. E nosso super apoio, Martins, nos recebeu numa tranquilidade sem tamanho, cheio de cuidados. Além disso, ganhei uma tangerina de Frôncio, uma garrafa de água de Coco de Stefhanie, sem contar com a receptividade do Staff!

Pronto! Faltava pouco pra acabar! Só a Boia, um Trekking, o Rogaine e um trecho de Bike. Pensando bem... nem tão pouco assim, mas eu falava isso pra Jana de vez em quando pra animar.


BOIA

Seguimos pela estrada até a ponte, com nossas super boias. Mesmo com a água fria, descemos animadíssimas pelos 3km, rio abaixo, passando por galhos, troncos, árvores, pequenas corredeiras, curvas acentuadas. Seguramente, aquele foi o trecho mais divertido da prova. Apesar de eu ter achado demorado, a resenha foi tanta que, quando vimos, chegou.

Ao final da etapa, ao entregarmos nossas boias à organização, não pude deixar de observar que tinha muuuita boia dentro do caminhão. Ou seja, equipes na rabeira.

TREKKING

Fizemos o trekking até o PC10, onde estavam Dea, Adriano e Samuel. Uma subidinha boa até lá, bem sombreada e um pouco escorregadia! De lá, seguimos para chegar até o 11, que achei até que seria mais difícil. Afinal, tínhamos um trechinho sem trilha, um azimutezinho pra fazer, um pasto bonito e... as vacas, que nos encaravam de uma maneira desconsertante. Corriam pra cima da gente de um jeito extremamente desagradável. 😕😅 Mas, lembre-se! Quando vacas aparecerem em seu caminho, levante os braços. Elas acreditam que você é maior e vai vencê-las. Correm! Foi isso que aconteceu mas não esperamos pra saber o que pensaram ou deixaram de pensar. Tratamos de achar um buraco pra passar a cerca e partir a mil!

Do outro lado da cerca, rolou aquela avaliação de terrenos, estudo de relevo, verificação de direção do PC, etc. De dia, tudo fica muito melhor de enxergar. Acabou sendo tranquilo chegar até o PC11, com todas as referências oferecidas no mapa. Chegamos na ruína do PC das cobras, onde o pessoal fazia questão de nos levar até a parte de dentro da casa abandonada para mostrar os couros de cobra e uma beldade que estava enroladinha no telhado. Confesso que nem olhei! Só queria chegar no charco que viria adiante, antes de escurecer, que poderia ser simples se eu caísse no lugar certo. Enfim... Meu azimute me levou um pouco mais pra direita. Pouxann! Descemos tão certinho... Chegando lá, não encontramos a trilha pra atravessar. Tinha bastante mato batido, tentamos passar sem progredir. Atacamos por outro ponto, a mata fechava. Ali já estávamos uns 15 minutos, com umas 5 ou 6 equipes aglomeradas.

Pensando em alternativas, cogitamos fazer a volta mas, quando fiz a conta, achei a distância enorme. Decidimos então, a tropa toda, seguir um pouco pela trilha da esquerda, achamos a passagem, chegamos do outro lado, beirando o charco, até encontrar a estrada.

Ai gente, que alegria que é acertar o caminho! Que alegria que é acertar na vida! As duas, tranquilonas, seguindo na prova, sem agonia. Naquele momento, ficamos nós e a Kaaporas juntos. Duas duplas OPEN de categorias diferentes, porque o resto da aglomeração seguiu numa bifurcação, estava na PRO. Nas conversas, Ricardo e Cabelinho arquitetavam sua pausa no PC12, falando dos pés, do joelho, do tênis que rasgou completamente... Enquanto isso, eu dizia a Jana que iria sozinha pro Rogaine pra ela descansar um pouco. Só precisava de iluminação.

Conversa vai, conversa vem, ainda tínhamos que atravessar o rio e seguir num azimute até a vilazinha, cujas luzes já brilhavam na nossa cara. Não tinha erro, só o rio que era um pouco fundo pro meu tamanho. Ali sem colete era barril! Ainda tinha areia movediça. Jana quase ficou morando lá! Tive que puxar pelo braço porque ficou presa.

Depois da travessia, convidei Ric pra irmos juntos pro Rogaine e ele se animou muito! Achei que estávamos em último porque, lá na boia, Sam me falou que Déborah tinha passado fazia muito tempo. Além disso, não encontramos ninguém da nossa categoria pelo caminho. Se disser que olhei se tinha algum nome na planilha, é mentira. A única coisa que vi é que assinava a lista dos PCs no pó da rabiola. Sim! Tinha certeza de que o nosso quarto lugar estava garantido, já que tinha 4 em nossa categoria. Então tá! 😉

Chegando ao PC12, demorei a acreditar no que o Staff dizia. Perguntei umas 3 vezes. Só tinha chegado a gente, absolutamente ninguém mais! Martins nos ajudou com as lanternas e uns amendoins, Janoca arrumou um café, os meninos ficaram mega animados com a notícia e ninguém mais teve dúvidas se descansaria antes do Rogaine. 😆

ROGAINE 2

Saímos da Vila em direção ao eucaliptal. Quando chegamos bem na frente dele, antes da pista, Tico e Teco deram um “tíuti” de uns 2 minutos, até entender quem eu era na fila do pão. Coisa minha! Mas tenho umas estratégias de controle de maluquice e sempre dá certo no final.

Primeiro fomos no Prisma 31, numa trilha lateral da estradinha. Como a base estava desativada, grampeamos o mapa. De lá, seguimos pros 32 e 33, todos alcançados no azimute, sem nenhuma dificuldade, em meio a muito trololó! Ricardo fala, viu! Rapaz!!! E escorrega muito também... 😁

O prisma 40, o mais distante, nos deu um trabalhinho bobo, por entendermos que estaria logo no começo da trilha. Deve ter sido pouco tempo, mas demos umas voltinhas de conferência. Ricardo ficava dizendo que o Prisma estava vendo a gente, dando risada. Enfim, achamos e voltamos pra Vila debaixo e um pé d’água torrencial! Daqueles que se a pessoa parar, começa a tremer de frio. Principalmente, se não tiver anorack, como eu. A chuva estava tão forte que achei que Jana poderia nem querer sair naquela hora.

Chegando no PC foi aquela cachorrada, sem nem saber das gratas surpresas que viriam adiante. Primeiro que o PC14 foi cancelado, ou seja, poderíamos seguir direto pelo asfalto. Aff, que alegria! Segundo, minha gente... Nenhuma equipe tinha chegado ainda, nem pra fazer o Rogaine. Aí a gente correu pro abraço!!! Foi demais!

BIKE

Partimos pra os últimos km da prova até a linha de chegada, junto com os meninos da Kaaporas. No caminho, muita resenha, muita palhaçada, muito foco na pista também, pra empolgação não dar merda.

Enfim, chegamos na maior alegria em primeiro lugar, com uma diferença de considerável da segunda colocada. Ô delícia!!

A Carrasco foi massa demais! Só elogios ao percurso, ao mapa, ao acolhimento. Uma equipe com organizadores tão comprometidos e competentes, não tem erro! Sucesso garantido!

Agradecendo demais a todas as pessoas que encontramos pelo caminho. Toda alegria vale a pena, toda motivação é muito bem vinda! Foi tão bom aproveitar o pouquinho de tempo pra ver minha família, viajar com Fred, Mau, Sam, Vitor, Jana, Martins e João, encontrar tanta gente boa!

Agradeço também à minha treinadora, a Tia Fê, que entra em trabalho de parto toda vez que vou correr. Ao povo de casa, que sempre fica à espera de notícias e vibra com os troféus que chegam. 😍

Toda gratidão a Janoca, minha parêa, que botou pra lenhar, pulou com os dois pés e meteu com gosto de gás. A pessoa é nadadora de águas abertas, gente! Quem entra no mar não tem medo de mais nada. Eu deveria saber! Não tem pra ninguém! É Campeã das Campeãs! 💪💫😎

Obrigada, meus amigos, e até a próxima aventura! Vamos tirar onda até 2032. 😂😂😂

Retroceder Nunca, Render-se Jamais e Divertir-se Sempre!

Para sempre Aventureiros do Agreste

Comentários

Unknown disse…
Que maravilha de relato Lu, fica passando um filme na minha mente enquanto eu leio. Sou fã dessas suas resenhas 😁. Parabéns demais minha irmã, vc brocaaaa! 😍🤩😘🤪

Postagens mais visitadas deste blog

Desafio dos Sertões 2023- 140km

  Que o Sertão é um dos lugares mais inóspitos à sobrevivência humana, a gente já sabe! Que você precisa ser forte pra enfrentar a caatinga, ter resiliência, coragem, foco, determinação, também. Que o Rio São Francisco é um gigante que impõe, acima de tudo, reverência, sabemos. Querer ir lá pra experimentar tudo isso e ainda gostar, é outra história! E lá estávamos nós, no Desafio dos Sertões, nos 140km de aventura, entre mountain bike, trekking, natação, canoagem, tudo com navegação com mapa e bússola.  Nos últimos tempos, temos alternado bastante os atletas da equipe, menos eu e Mamau, que somos fominhas de prova. Mas, brincadeiras à parte, Vitor e João estão afastados por questões pessoais. Então, Lucas, nosso novinho da Turma 12 da Escola de Aventura, continuou com a gente, depois da Carrasco. Além disso, Arnaldo, da Olhando Aventura, veio fechar o quarteto, reforçando nosso time com sua experiência. Reunimos, alinhamos objetivos, organizamos a tralhas e partimos pra Juazeiro

UTCD 2023- 80km

   Não tenho um pingo de vergonha na cara. Da última vez que fiz a Ultra Trail Chapada Diamantina (UTCD), disse que machucava muito os pés e que preferia fazer Corrida de Aventura… Como se Corrida de Aventura machucasse menos. 😂    Esse ano, eu corri todas as provas do Campeonato Baiano de Corrida de Aventura, menos a Expedição Mandacaru, porque estou envolvida na organização. Então, pra fechar com chave de ouro o meu ano esportivo e comemorar meus 52 anos, decidi correr a UTCD.     Tudo bem! Eu amo correr, mas precisava ser 80km? Aí é que vou contar pra vocês…    Já que eu estava indo e já tinha feito 50km, decidi me desafiar nos 80. Fiz minha inscrição e ainda joguei minha filha no bolo, nos 35km, que depois ela mudou pra 14, por que não estava com tempo pra treinar o suficiente. Eu queria brincar o brinquedo todo!    Depois de um fim de semana de muito movimento na Expedição Mandacaru, lá estávamos nós, na semana seguinte, acampados em Mucugê, de mala e cuia, com boa parte da famíl

Carrasco Histórias- 150km

  Formamos o quarteto com Lucas e Elvis, ex-alunos da Turma 12 da Escola de Aventura do Agreste, pra correr a Carrasco, porque Vitor e João não puderam ir conosco. Eles aceitaram de cara, mas não lembro se, de cara, contei que seria sofrido. Acho que sim! Devo ter contado. 😇 QUARTETO Luciana, Maurício, Elvis e Lucas Fizemos reunião de alinhamento, treinamos as principais modalidades. O treino de canoa caiçara em Ilha de Maré foi uma aventura à parte, nos divertimos horrores, tomamos vários caldos, a canoa encheu de água, foi um fuzuê! Sem contar que dar a volta na Ilha inteira, correndo, foi muito massa! Também fomos pra Itacimirim remar de canoa havaiana com nosso amigo Paulo da @whanaucanoeclub, que deu váaarias dicas valiosésimas pra gente se entender na remada em quarteto. Cachoeira é pertinho de Salvador. A cidade está muito lindinha, bem cuidada, charmosa, valorizada. Teve até tour com os atletas até chegar ao mapa. A prova poderia ser com apoio ou poderíamos deixar os sac