Pular para o conteúdo principal

Olha Lucy contando como começou!

Sempre gostei de esportes. Quando era pequenininha lá em Nova Iguaçu, minha ídola era a Nadia Komaneci (é assim que se escreve???). Mae, eu quero fazer aquele negócio que ela faz! É ballet? Meu pai explica: Não, filha aquilo lá se chama Ginástica Olímpica e não dá para você fazer. Aqui não tem onde treinar e mesmo que tivesse, seu pai nao tem dinheiro para pagar... Fiquei triste, mas naquela época eu entendia que quando não tem jeito, não há o que fazer...

Aí me apaixonei pelo Jazz, pelo Volei, pelo basquete... Não me aprofundei em nada. Só experimentava e logo parava. O que mais gostei foi da fase jazz. Ali aprendi a ser flexivel. Eu fazia os passos daquele filme " Flashdance". Adorava aquele filme! Guardo a flexibilidade até hoje e isso me é muito útil, especialmente para pular cercas e evitar caimbras.

Ah, eu tinha uma especialidade! Correr atrás do ônibus! Nessa ninguém me pegava! Eu era conhecida no meu bairro por cada dia chegar mais atrasada no ponto e aí ter que correr mais rápido para pegar o tal do ônibus. Esse passava regularmente a cada 20 minutos. Perdê-lo significava perder o primeiro tempo do colégio, mais tarde o primeiro tempo do estágio ou a aula de inglês. Eu morava há exatos 60 km ou três ônibus do Colégio, posteriormente da Faculdade e consequentemente do Trabalho. Eu morava no fim do mundo! E os ônibus eram muito escassos. Daí, me tornei expert em "corrida com obstáculos para alcançar ônibus". Se tivesse campeonato eu teria sido campea brasileira, ou quem sabe olímpica (!). Os obstáculos eram desde poças de lama, até idosas, cachorros, crianças, vacas ou carros vindo na mao oposta. Eu pulava todos eles.

Bom, no período da faculdade e após não pratiquei muita coisa. Comecei a nadar para nao enferrujar e fazia uma corridinha pelo bairro. Andar de bicicleta? Aprendi com 22 anos. Quem me ensinou foi uma menina de 12 que era o capeta em forma de gente! Ela andava na bike do irmao que dava dois dela e descia as ladeiras sem freios e sem maos!! Doida, doida!! Tomei muitos tombos mas aprendi a pilotar minha Cecizinha cor de rosa com cestinha. Que na verdade nem era minha. Era da minha mae. Pra dizer a verdade minha primeira bike foi comprada na Bahia.

Quando cheguei na Bahia caí no ócio total. Era do trabalho para casa e vice-versa. A consequencia veio rápido. Oito kilos e dois números a mais na calça jeans! Quando perdi minha última calça de magra resolvi fazer algo a respeito e comecei a fazer HapKiDo. Fase boa. Recuperei minha flexibilidade perdida e deixei nos tatames alguns quilos. Cheguei até a faixa amarela. Aí chegou a fase de treinar quedas e sinceramente.... Não gosto de cair! Desisti. Entrei para a academia para nao engordar tudo de novo

ODIAVA academia!! Achava tudo um saco! Mas como queria emagrecer, encarei. Um belo dia, na mesa do almoço comentei com um amigo do trabalho o quanto detestava aqueles exercícios chatos. Como eu queria fazer um esporte que misturasse as coisas. Que tivesse um pouco de cada modalidade. Como triatlo, mas não exatamente igual... Será que o que eu quero existe?

Aí ele me disse: - Você tem que fazer corrida de aventura! É a sua cara, você vai adorar!! Tem uma provinha neste fim de semana. Curtinha! 30km!

- Você tá doido??? 30 km??? Não vou aguentar!

A verdade é que encarei. Fui com Tadeu. Depois de muita lama, muitos bois e muita diversão, chegamos em último lugar.... duas horas depois da penultima dupla....

Daí em diante foi natural. Comprei uma bike usada, tomei muitos tombos, aprendi a remar, tomei sustos. Cada competição é uma oportunidade de aprender algo novo, conhecer gente e me divertir.

Amo muito essa turma toda doida!!!

Lucy.

Comentários

Marcio Neri disse…
Aê Lucy!! Aventureira desde pequenininha! Massa seu relato! Agora dó falta Gabi! Bjs
Lucy disse…
Eu adorei meu texto! (rs)

Postagens mais visitadas deste blog

Desafio dos Sertões 2019- 120km

Um pouco de NÓS pra vocês! Corrida de Aventura Desafio dos Sertões Local: Sobradinho Data: 14 e 15 de setembro Percurso: 120km Categoria: Quarteto Misto Atletas: Luciana, Freitas, Gabriella Carvalho, Vitor Hugo Moreau e Paulo Neves    Esse ano, o perrengue pra fechar o quarteto, treinar, correr, administrar questões pessoais e outras coisitas mais, se estendeu até o apagar das luzes do Campeonato. Nosso clube tem atleta pra caramba, mas nunca acho justo desmontar um grupo já formado pra fechar outro que demorou a se resolver.     Sim, somos o Clube Esportivo Aventureiros do Agreste, com Estatuto e Ata de fundação registrados em cartório, onde várias atividades em contato com a natureza são estimuladas e praticadas, dentre elas, Orientação, Corrida de Aventura, Corrida em Trilha, Trekkings e ainda temos a nossa "menina dos olhos": a Escola de Aventura do Agreste, importante ferramenta de fomento ao esporte Corrida de Aventura, por onde já pas...

Final do Brasileiro de Corrida de Aventura 200km- 2024

  Foto: Wladimir Togumi Foram 200 km em terra de ninguém, sem um pé de gente no caminho, só casa abandonada, chiqueiro sem porco e, vez ou outra, um bode pulava de um lado pro outro lado da trilha. Muito espinho, mato, cansanção, mandacaru e um sol de esquentar a pessoa de dentro pra fora, de lascar a pessoa ao meio. Sorte que na bike apareceu um vilarejo, do nada, até pão com ovo nós comemos.  Então, vou começar essa história do começo, contar como foi a nossa versão da Final do Brasileiro, a partir dos pensamentos da minha cabeça... 😁 Viramos uma equipe elegível (chique esse nome!😏) por estarmos entre as 3 melhores da Bahia. Quase sempre a gente consegue esse feito mas, nem sempre a gente consegue marcar presença. Entretanto, uma final na Bahia organizada por Arnaldo (da BAR) e por Waltinho e Daniel (do Desafio dos Sertões) tornou o evento imperdível.  Foto: Wladimir Togumi No quarteto, eu, Vitor, João e Lucas. Pra completar a galera, Janaína e Camila montaram uma ...

Resenha do Running 2014- 42 km

   Como sempre tive vontade de fazer ultramaratonas e corridas de montanha, nada mais justo do que fazer a inscrição nos 42 km. Minha primeira maratona, só que no mato, sem montanha.    Já nos treinos, percebi que o buraco era mais embaixo. Comecei a sentir bastante desconforto nos treinos longos. As dores apareciam sempre depois dos treinos, mais precisamente, quando pisava os pés na varanda de casa. Senti um medo danado de lesionar antes da prova. E durante também. Até fiz uma resenha de treino aqui no blog... Tá aí o link:  Resenha de treino      Chegou o grande dia!     A largada atrasou porque um poste caiu na vila da Praia do Forte, que impediria a passagem dos atletas nos percursos de 21 e 42 km. A organização publicou uma nota oficial sobre o acontecido .    Com o atraso, meu corpo já tinha usado meu rico café da manhã, feito com todo carinho pelo meu maridinho. Mas, aventureiro que se p...