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Desafio dos Sertões CBCA 2013 - por Vitor Hugo Moreau

A desistência tem sabor; e é amargo. Tão amargo que acho que não suportaria outra dose desse veneno. O sabor da desistência é mais amargo que a dor, que o cansaço, que a sede. Hoje sei que se gasta muito mais energia desistindo do que resistindo. Digo isso, assim de cara, não porque quero dar um caráter negativo a este release. Não. Quero contar tudo o que houve de bom no Desafio dos Sertões – e houve muita coisa. Digo isso porque não quero mais falar de desistência de agora em diante.
O tão esperado Desafio dos Sertões - 160 km entre Juazeiro e Sobradinho - se iniciaria com uma corrida de rua por Juazeiro de 5 km junto com uma galera que só correria esses 5 km. Logo de cara vi que era uma armadilha e tive várias discussões com Lu se valia a pena ou não correr. Minha resistência inicial foi minada pela conhecida empolgação da largada das corridas de aventura e corremos não somente os 5 que separavam a largada do PC01 mas também os 2,5 que levavam até o PC02, nas margens do Velho Chico. Fomos informados por Waltinho, durante o briefing, que somente um dos componentes cruzaria o rio a nado e seria resgatado pelos outros componentes que seguiriam pela ponte até a ilha de Marinha onde pegariam os barcos no PC03. Mauroba foi o escolhido; mais experiente, mais safo... Descansamos porque, até então, estávamos achando que todos teriam que fazer a travessia. Chegando ao PC02: surpresa! Fomos informados pela organização que a explicação teria sido mal compreendida. Um ou dois ou todos os componentes deveriam nadar até o PC03, pegar os barcos e voltar pra buscar os outros componentes no PC02. No calor da surpresa, me ofereci. Vestimos os coletes e subimos o rio para cruzá-lo na diagonal, informados de que vários nadadores estavam sendo arrastados pela correnteza e resgatados muito depois da ponte. Entramos uns 200 metros rio acima atrás de um bar cuja luz clareava as margens e nos dava segurança de não pisarmos em um caco de vidro ou espinho. Fomos.
Natação não é o meu forte e, mesmo com o colete, tive que fazer muito esforço pra me manter em movimento. Mauroba corrigia meu rumo de vez em quando com um grito: “Pra cá, Vitor!” Nadei crawl, depois peito, depois cachorrinho, depois costas – que a essa altura já era mais um nado estrela – boiava e dava pernadas e braçadas igual a uma rã que não se aguentava mais na superfície. Chegamos à ilha, pé no chão, graças a Deus! Não aguentava mais! Procuramos os barcos, cadê o PC? Andamos por baixo da ponte e nada. Daqui a pouco, uma luzinha de baixo da ponte e um grito: “PC!”. O PC03 não ficava na ilha mas ancorado embaixo da ponte, no meio do rio. Nadamos demais! Mauroba nem titubeou e começou a correr rio acima para planejar a nova travessia. Eu, exausto, ainda ensaiei um “Mauro, pega o barco que eu vou depois” mas foi sufocado por um “Bora!”, antes mesmo que eu terminasse a frase.
Entramos de volta no rio e cruzamos até os barcos, amarrados em um cabo de aço nos pilares da ponte. Chegando aos barcos, tive noção da força da correnteza do Velho Chico. Tive que fazer força pra me segurar no cabo de aço e com dificuldade subir no barco. Soltamos os mosquetões e saímos, cada um em um barco, contra a correnteza, em direção ao PC02 onde Lu e Gabi nos esperavam, lindas como pode ser visto na foto de Murilo Mattos. Chegamos ao PC02, nossa equipe embarcou, Lu comigo, Gabi com Mauro e saímos Chico acima rumo ao PC04. Correnteza forte, pedras... meus braços já não tinham força pra manter o leme naquela correnteza que insistia em nos tirar do prumo. Mauroba insistiu em por em prática uma estratégia que havíamos até então recusado: separar os casais e me botar pra remar com Gabi que, remadora mais experiente, poderia assumir o rojão nos momentos em que a dor me fizesse fraquejar no leme. Ótima estratégia. Gabi, com seus pouco mais de 1,50 m rema como um motor e duas remadas do mesmo lado eram suficientes pra corrigir o rumo quando eu desse o alerta. Algumas vezes, ela se empolgava e eu tinha que segurar o ímpeto dela: “Gabi, faz leme não!” E assim fomos, remamos rente à margem até a primeira ilha, onde Lu traçou o azimute em direção ao PC04 e, descontando o desvio da forte correnteza, iniciamos a travessia. Muita força pra nos mantermos em direção àquela luzinha amarela que parecia cada vez mais longe. Chegamos à ponta da ilha, começamos e rodeá-la e nada do PC. Outras equipes já estavam por ali perdidas e escutávamos as vozes até de dentro do mato, quando uma luzinha – de novo a luzinha – piscou de um banco de areia entre a ilha onde estávamos e a outra: “PC!”. O PC04 estava deslocado do lugar marcado no mapa e tivemos que fazer uma outra pequena travessia contra a correnteza pra chegar até ele. Gabi saiu do barco e foi assinar a lista e eu, zonzo pelo esforço, comecei a puxar o barco pra cima da areia como se fôssemos parar por ali. Mauroba, de novo, com seu senso de liderança: “Vitor! Tá fazendo o quê? Não acabou não!”. Voltei.
Batido o PC04, seguimos. Vi, então, que a corrida de aventura exige uma navegação um-nível-acima. Lu havia traçado um caminho pelo lado direito da ilha quando todas as equipes seguiram pelo lado esquerdo. Remaríamos até a ponta da ilha e, seguindo o azimute a 210o, bateríamos direto no PC05. Gabi, vendo que íamos para o lado contrário às outras equipes, insistiu várias vezes: “Lu, você tem certeza? É por aqui mesmo?” Fizemos uma portagem pelo banco de areia e remamos margeando a maior ilha no nosso caminho. Meu braço doía muito, depois minhas pernas, depois minha lombar e depois até meus intercostais, músculos que eu nem sabia que poderiam ser contraídos, doíam. Outra portagem num banco de areia. Essa portagem foi até benvinda; sair do barco e alongar os músculos numa posição diferente foi ótimo. Carreguei o barco com o maior prazer por aquele banco de areia. Alguns casais nus namoravam ali, o que me ajudou a distrair da dor e do cansaço e fazer umas piadinhas quando Lu jogou o farol de cabeça em um deles e disse: “Ops, desculpe aí, hein!”, ouvindo um “Opa, tudo bem...” como se nada demais estivesse acontecendo. Voltamos ao remo, azimute traçado, outra travessia contra uma forte correnteza até o PC05. Funcionou. Batemos o PC05 antes de todas as equipes que saíram conosco do PC04.
Daí em diante foi só sofrimento. Duas horas de remo forte com bombas de irrigação, pedras e estreitamentos nos obrigando a reforçar as remadas para não sermos levados pela correnteza. A cada esforço, minha lombar doía mais. A essa altura nem sentia mais os braços e as pernas, só a lombar. Senta em cima, senta em baixo, alonga as costas, nada. Nada aliviava aquela dor. Cheguei a ter alucinações com um cachorro preto correndo por cima da água ao lado do barco. Era a pá do remo! Em um dado momento minhas forças já não eram suficientes para manter o leme e resolvemos amarrar um barco no outro para dividir a tarefa. Manter o leme, mesmo com os barcos amarrados já era uma tarefa hercúlea para mim naquele momento. Então, nos últimos 15 minutos, tive que fazer um leme submerso pois remar estava atrapalhando mais do que ajudando minha equipe. Enfim, o PC06 e fim do remo – pelo menos da primeira parte. Mesmo com toda a sede que sentia, andar foi mais gratificante do que beber água. Meu corpo ansiava por andar.
Subimos o barranco e o frio começou a atacar. Lu e Gabi saíram à frente com nossos tênis e fiquei pisando em pedras e tremendo de frio. Mauroba – de novo a voz da experiência e liderança – me sugeriu pular, rodar os braços e se sacudir. Foi o que me sustentou até as margens do braço de rio, afluente o São Francisco, que precisávamos atravessar para chegar à AT04, onde pegaríamos as bicicletas. Travessia feita, frio rasgando a pele. Anoraque: palavra mágica! Vestimos os anoraques, calçamos as sapatilhas, comemos e nos hidratamos e pegamos as bikes.
Daí foi tudo lindo, bike é minha praia. Todas as dores sumiram e o cansaço foi embora como por milagre. Amanhecia e praticamente não usamos as luzes. Saímos pela estrada e, como várias equipes que ali estavam, pegamos o caminho errado pela esquerda. Antes de andarmos 200 metros, Mauroba parou: “Tá errado. É pro outro lado”. Voltamos e seguimos em direção ao caminho correto. Passando por um grupo de equipes perdidas, um dos perdidos perguntou: “Que foi? Tá indo pra onde?” e Mauroba, cínico: “Lugar nenhum, tô só passeando...”. Risos a parte saímos com o grupo vindo atrás na confiança da decisão do nosso navegador. Seguimos um retão lindo até a estrada de asfalto onde, levemente deslocada para a direita, seguia o estradão traçado no mapa. Estradão ou o que um dia foi um estradão pois hoje não passa de uma trilha. Porque alguém mapeia uma trilha como se fosse uma estrada? O único motivo que vejo foi o exposto por Lu: “Lenhar com a gente, rs” - os “rs” são dela. Navegação impecável, um papinho com um velhinho simpático e seus cachorros no caminho, seguimos de bike sem maiores ocorrências até o PC07 e depois, rumo ao PC08. Areia, areia, areia e o ritmo da equipe caiu. Empurrar as bicicletas em alguns momentos, algumas quedas. Gabi, novata nos clipes levou uns bons estabacos. Nada que rendesse algo além do que boas risadas.
Faltando cerca de 1 km para o PC08, nossa guerreira sucumbiu. Talvez exaurida pelo esforço extra pra me compensar no remo, Gabi passou mal e teve uma crise de dispneia. Nesse momento eu tive uma mostra do espírito Aventureiro do Agreste. O resgate tinha acabado de recolher uma competidora, gritei pra Lu: “Vai chamar o resgate!”. Lu olhou pra mim com um sorriso calmo e, como em câmera lenta, balançou a cabeça de um lado pro outro em negativa. Entendi que Gabi não desistiria. E não desistiu. Levei a bicicleta dela por alguns metros enquanto ela se recuperava e chegamos ao PC08 pedalando, os quatro.
O PC08 guardava nossa água e comida extra. Alívio! Comer e beber, esse foi o lema. Sardinhas em lata – maravilhosa ideia de Lu, pareceu uma refeição de verdade. Um banho refrescante na cisterna da casa em que o PC foi instalado e estávamos prontos para iniciar o trekking. Saímos cerca de meio dia. O primeiro desafio era atravessar uma pequena fenda entre dois picos de rocha. Chegamos à fenda e, depois de uma leve discussão sobre escalar ou não a pedra, achamos a trilha que levava em segurança até o outro lado, rumo ao PC09. O local era uma cachoeira seca que deveria ter sido linda antes de ser castigada pela estiagem do sertão.
Durante o trekking, pude perceber melhor as características do bioma. A Caatinga é dura, rude, quente. Seguimos pelo estradão até o sopé de um morro onde se ouviam vozes de equipes perdidas na Caatinga. Várias trilhas saíam de uma clareira onde as equipes se perderam. Soubemos de notícias de que algumas ficaram ali por horas por terem escolhido a trilha errada. Sondamos as entradas e foi a experiência do nosso navegador, de novo, que fez a diferença. Mauroba, depois de alguns exames e vai-e-vens nas bocas das trilhas, ratificou: “É essa. Concorda, Lu?” Sinceramente, com estas duas opiniões, fica difícil não concordar. Com o azimute confirmado e a concordância da nossa navegadora, seguimos. Como faz diferença contar com dois excelentes navegadores na mesma equipe. Chegamos ao PC10 – virtual – onde encontramos a faixa cuja frase precisávamos decorar. Representativa: “Preserve a Caatinga, patrimônio do povo nordestino”. Atravessamos a cerca e seguimos em busca do PC11.
Nesse momento, iniciou-se o ponto mais duro e crucial de toda a prova. O trecho entre o PC10 e a trilha que levaria ao PC11 não estava mapeada – segundo Waltinho, a bateria do GPS acabou naquele ponto – e o caminho não era tão simples. Nos embreamos na Caatinga seguindo supostas trilhas, cocô de cavalo, pedras, trilhas de bode, etc. Arranhões, topadas, cortes. Sobe e desce, perdidas, retornos, tudo. Ficamos mais de uma hora rasgando mato tentando recuperar a trilha que beiraria o morro e nos tiraria daquele inferno. Nada. Decidimos voltar pra última trilha mapeada e descer até a estrada que nos levaria ao PC11 por um caminho 10 km mais longo. Era isso ou morrer na Caatinga. Exageros a parte, descemos a trilha de pedra com a sugestão de Lu de irmos olhando pra esquerda na tentativa de achar a trilha perdida. Gabi, olhando a esquerda, achou. Clara e aberta. Somente deslocada morro abaixo. Um misto de alívio e ânimo quebrou o clima de derrota que havia se abatido sobre nós. Seguimos a trilha contando os passos para o PC11.
Contar passos é fácil. Marcar distância contando passos é fácil – é, estávamos contando passos e não me perguntem porque pois eu não vou falar sobre isso – mas o cansaço, a areia e, principalmente, as rochas dos leitos secos dos rios fazem os passos ficarem cada vez mais curtos. O principal golpe da Caatinga foi dado nesse trekking. Mauroba passou mal e isso abateu a moral da equipe – a minha pelo menos. Seguimos pelo duro caminho, eu carregando a mochila de Mauroba e a água era extinta. O sol, a areia e a Caatinga nos fizeram achar por vários momentos que estávamos perdidos mas o azimute e as marcas de tênis na trilha nos davam alguma esperança, apesar do cansaço extremo. Seguimos o leito do rio seco com os psiquês já abaladas e, ás vezes, achando que não havia um PC no fim da trilha. Meu joelho começou a doer e começou a doer muito. Isso fazia com que minha moral ficasse ainda mais em baixa enquanto saltava aquelas pedras.
Depois de caminhar muito, mas muito mais do que supúnhamos ser necessário, avistamos a tenda da Red Bull do PC11. Misto de alívio e desespero, porque Lu falou pra mim: “Apronte sua lanterna de cabeça porque vamos voltar por aqui de noite”. O PC11 parecia um campo de batalhas. Várias equipes largadas pelo chão. Desistentes e descansantes se preparando para voltar ao inferno e buscar o PC12. Mauroba e Gabi se acomodaram no chão enquanto eu e Lu fomos encher os camel backs para a saída.
Ali, aprendi uma importante lição da corrida de aventura – e da vida: não se deixe emprenhar pelos ouvidos. Os relatos, principalmente dos desistentes, diziam que a Quasar-Lontra havia passado por lá as 8:30 da manhã e que até então não voltara para bater o PC15 – no mesmo local; que as equipes estavam passando dez horas entre o PC11 e o PC13; que o trecho era dificílimo e ainda tinha o remo no lago de Sobradinho que seria mais pauleira que o do rio Chico. Nesse momento, o joelho dói mais, o cansaço bate mais forte, o psicológico se abate e até a estimativa de comida é falha. Nenhuma equipe voltou pra bater o PC15 porque todas tomaram corte e o remo de Sobradinho havia sido cancelado pelo mesmo motivo. A Caatinga cobrou seu preço e nenhuma voz se ergueu pra dizer “levanta galera! Somos Aventureiros e não vamos desistir!”. Tenho certeza de que qualquer um dos quatro teria prontamente se levantado ao som dessa voz.
Deitamos, dormimos e esperamos o resgate que nos levaria para o Clube Santana, base da corrida. Na chegada, ouvi a frase que iniciou minha ressaca da desistência, que duraria por mais três dias, vinda de um dos competidores que não me lembro mais o nome: “Aventureiros do Agreste desistiram? Não acredito!”.
A notícia boa ficou por conta da equipe Makaira que venceu o Campeonato Brasileiro. Parabéns aos conterrâneos pela conquista.
Após o descanso e muita reflexão, tenho muitas lições a tirar dos momentos que vivi no Desafio. Lições que certamente ainda serão muito úteis dentro e fora das corridas. Agradeço aos meus parceiros Mauro, Gabi e Lu, pela paciência e apoio e torço por estar com essa equipe em breve para lavar da goela o amargo que sobrou do doce sabor dessa aventura.

Comentários

Laísa Santana disse…
Apesar de todo sofrimento que vocês passaram, como deu pra sentir nesse relato tão verdadeiro de dor e angústia, tenho certeza de que vocês são verdadeiros guerreiros, vencedores. Senti muito orgulho ao ler cada palavra e uma vontade imensa de, um dia, ainda participar de momentos como esses. Instantes de superação, trabalho em equipe, vitórias e algumas derrotas que tornarão o gosto das conquistas ainda melhores. As lições que ficaram dessa aventura, com certeza servirão para que as próximas tenham um êxito ainda maior e vocês possam ir mais longe! Às vezes, desistir é sinônimo de proteção, para que, mais a diante, seja possível dar um passo ainda maior! Parabéns para vocês, Aventureiros!
Lucy disse…
Muito legal esse post.
Dei boas gargalhadas com a alucinação do cachorro preto....
Parabéns Aventureiros do Agreste.
A prova foi dura para todos e acredito que todos os competidores aprenderam com essa corrida.
Nós da Equipe PERNAMBUCO IMORTAL aprendemos muito também.
Nos vemos na Odisséia Sergipe.
Um grande abraço a todos vocês.

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